Wednesday, November 27, 2013

MEMORIAL: LITERATURA BRASILEIRA I

"Um certo tipo de função psicológica é talvez a primeira coisa que nos ocorre quando pensamos no papel da literatura. A produção e fruição desta se baseiam numa espécie de necessidade universal de ficção e de fantasia, que de certo é coextensiva ao homem, pois aparece invariavelmente em sua vida, como indivíduo e como grupo, ao lado da satisfação das necessidades mais elementares. [...] Portanto, por via oral ou visual; sob formas curtas e elementares, ou sob complexas formas extensas, a necessidade de ficção se manifesta a cada instante; aliás, ninguém pode passar um dia sem consumi-la, ainda que sob a forma de palpite na loteria, devaneio, construção ideal ou anedota. E assim se justifica o interesse pela função dessas formas de sistematizar a fantasia, de que a literatura é uma das modalidades mais ricas. A fantasia quase nunca é pura. Ela se refere constantemente a alguma realidade: fenômeno natural, paisagem, sentimento, fato, desejo de explicação, costumes, problemas humanos, etc. Eis por que surge a indagação sobre o vínculo entre fantasia e realidade, que pode servir de entrada para pensar na função da literatura." (p. 82)
 
CÂNDIDO, Antônio. A literatura e a formação do homem. São Paulo: Unicamp, 2002.
 
 
A partir da reflexão de Antônio Cândido sobre o papel da literatura na constituição do homem, elabore um memorial* da disciplina de Literatura Brasileira I, resgatando as leituras realizadas durante o ano e destacando o que lhe foi mais significativo.
 
*Memorial: gênero que visa resgatar e narrar uma trajetória.
 
 
 

Friday, November 22, 2013

Olhares Leitores

Olhares leitores sobre os textos 


Wednesday, October 23, 2013

LEITURA GUIADA - O RELÓGIO DE OURO - MACHADO DE ASSIS


 O Relógio de Ouro de Machado de Assis
   

   
Escute a leitura do conto O Relógio de Ouro, de Machado de Assis e posteriormente desenvolva uma análise crítica, associando texto/contexto, salientando as críticas sociais operadas pelo texto.

Consulte informações - PROJETO RELÓGIO DE OURO


Acesse o texto na Biblioteca do NUPILL:

Wednesday, July 31, 2013

IRACEMA: ALENCAR E BUARQUE

“[...] escreveu o que é mais poema
Que romance, e poema menos
Que um mito, melhor que Vênus.”

Manuel Bandeira sobre o romance Iracema


Analisar comparativamente o romance "Iracema", de José de Alencar, e a canção "Iracema voou", composta por Chico Buarque, considerando o contexto histórico e social em que foram escritos. Chico Buarque retoma a figura de Iracema, construída romanticamente por José de Alencar, e a apresenta sob a ótica da contemporaneidade. Analise os olhares dos dois autores sobre a personagem Iracema. 

Link para acessar o romance "Iracema":
http://www.literaturabrasileira.ufsc.br/documentos/?action=download&id=27776

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Iracema Voou  - Chico Buarque (1998)

Iracema voou
Para a América
Leva roupa de lã
E anda lépida
Vê um filme de quando em vez
Não domina o idioma inglês
Lava chão numa casa de chá
Tem saído ao luar
Com um mímico
Ambiciona estudar
Canto lírico
Não dá mole pra polícia
Se puder, vai ficando por lá
Tem saudade do Ceará
Mas não muita
Uns dias, afoita
Me liga a cobrar
É Iracema da América




Wednesday, June 26, 2013

IMAGENS POÉTICAS

Tanto o trecho do poema "Cão sem plumas", II. Paisagem do Capibaribe, de João Cabral de Melo Neto, quanto as Liras de "Marília de Dirceu", de Tomás Antonio Gonzaga, constroem imagens a partir de elementos da natureza, porém os poemas foram escritos em tempo e contexto diferentes, denunciando e abordando questões pertinentes. Considerando tais aspectos, elabore uma analise comparativa entre as imagens poéticas construídas por João Cabral de Melo Neto e por Tomás Antonio Gonzaga. 


II. Paisagem do Capibaribe 

Entre a paisagem 
o rio fluía 
como uma espada de líquido espesso. 
Como um cão 
humilde e espesso. 

Entre a paisagem 
(fluía) 
de homens plantados na lama; 
de casas de lama 
plantadas em ilhas 
coaguladas na lama; 
paisagem de anfíbios 
de lama e lama. 

Como o rio 
aqueles homens 
são como cães sem plumas 
(um cão sem plumas 
é mais 
que um cão saqueado; 
é mais 
que um cão assassinado. 

Um cão sem plumas 
é quando uma árvore sem voz. 
É quando de um pássaro 
suas raízes no ar. 
É quando a alguma coisa 
roem tão fundo 
até o que não tem). 

O rio sabia 
daqueles homens sem plumas. 
Sabia 
de suas barbas expostas, 
de seu doloroso cabelo 
de camarão e estopa. 

Ele sabia também 
dos grandes galpões da beira dos cais 
(onde tudo 
é uma imensa porta 
sem portas) 
escancarados 
aos horizontes que cheiram a gasolina. 

E sabia 
da magra cidade de rolha, 
onde homens ossudos, 
onde pontes, sobrados ossudos 
(vão todos 
vestidos de brim) 
secam 
até sua mais funda caliça. 

Mas ele conhecia melhor 
os homens sem pluma. 
Estes 
secam 
ainda mais além 
de sua caliça extrema; 
ainda mais além 
de sua palha; 
mais além 
da palha de seu chapéu; 
mais além 
até 
da camisa que não têm; 
muito mais além do nome 
mesmo escrito na folha 
do papel mais seco. 

Porque é na água do rio 
que eles se perdem 
(lentamente 
e sem dente). 
Ali se perdem 
(como uma agulha não se perde). 
Ali se perdem 
(como um relógio não se quebra). 

Ali se perdem 
como um espelho não se quebra. 
Ali se perdem 
como se perde a água derramada: 
sem o dente seco 
com que de repente 
num homem se rompe 
o fio de homem. 

Na água do rio, 
lentamente, 
se vão perdendo 
em lama; numa lama 
que pouco a pouco 
também não pode falar: 
que pouco a pouco 
ganha os gestos defuntos 
da lama; 
o sangue de goma, 
o olho paralítico 
da lama. 

Na paisagem do rio 
difícil é saber 
onde começa o rio; 
onde a lama 
começa do rio; 
onde a terra 
começa da lama; 
onde o homem, 
onde a pele 
começa da lama; 
onde começa o homem 
naquele homem. 

Difícil é saber 
se aquele homem 
já não está 
mais aquém do homem; 
mais aquém do homem 
ao menos capaz de roer 
os ossos do ofício; 
capaz de sangrar 
na praça; 
capaz de gritar 
se a moenda lhe mastiga o braço; 
capaz 
de ter a vida mastigada 
e não apenas 
dissolvida 
(naquela água macia 
que amolece seus ossos 
como amoleceu as pedras). 


(Trecho do poema "Cão sem plumas", de João Cabral de Melo Neto) 
Para conhecer mais sobre a vida e a obra do poeta recifense acesse: 
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LIRA XIII
Vês, Marília, um cordeiro
De flores enramado,
Como alegre corre
A ser sacrificado?
O Povo para o Templo já concorre;
A Pira sacrossanta já se acende;
O Ministro o fere, ele bala, e morre.


Vês agora o novilho,
A quem segura o laço,
No chão as mãos especa,
Nem quer mover um passo.
Não conhece que sai de um mau terreno;
Que o forte pulso, que a seguir o arrasta,
O conduz a viver num campo ameno.


Ignora o bruto como
Lhe dispomos a sorte;
Um vai forçado à vida,
Vai outro alegre à morte:
Nós temos, minha bela, igual demência;
Não sabemos os fins, com que nos move
A sábia, oculta Mão da Providência.


De Jacó ao bom filho
Os maus matar quiseram.
De conselho muraram.
Como escravo o venderam.
José não corre a ser um servo aflito;
Vai subindo os degraus, por onde chega
A ser um quase Deus no grande Egito.


Quem sabe o Destino
Hoje, ó Bela, me prende.
Só porque nisto de outros
Mais danos me defende?
Pode ainda raiar um claro dia.
Mas quer raie, quer não, ao Céu adoro;
E beijo a santa mão, que assim me guia.


(Lira XIII, do livro "Marília de Dirceu", de Tomás Antonio Gonzaga)
Para acessar "Marília de Dirceu" clique aqui:
http://www.literaturabrasileira.ufsc.br/documentos/?action=download&id=28390

Wednesday, May 22, 2013

VISÕES DO AMOR NO PERÍODO BARROCO SOB A PERSPECTIVA DO CRISTIANISMO

DISCUSSÃO SOBRE O AMOR:
- Relacionar o "Sermão do Mandato", de Antonio Vieira, com os poemas da Soror Juana Inés de la Cruz (madre mexicana) para mostrar as diferentes visões do amor no cristianismo durante o período barroco.


Link para acessar o "Sermão do Mandato (1650)", do Padre Antonio Vieira:
http://www.literaturabrasileira.ufsc.br/documentos/?action=download&id=12169


Retrato do Padre António Vieira, de autor desconhecido do início do século XVIII.


Carta escrita por Soror Juana, em novembro de 1690, em Puebla de los Ángeles,   
a pedido do bispo Manuel Fernandes de Santa Cruz. A carta é uma crítica 
ao Sermão do Mandato, do Padre Antonio Vieira
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O QUE INGRATO ME DEIXA BUSCO AMANTE
Traduzido por Anderson Braga Horta

O que ingrato me deixa busco amante;                     
o que amante me segue deixo ingrata;
adoro fiel quem meu amor maltrata;
firo quem meu amor busca constante.

O que trato de amor, acho-o diamante,
e sou diamante ao que de amor me trata;
triunfante quero ver o que me mata,
e mato o que quer ver-me triunfante.

Se a este acedo, padece o meu desejo;
se rogo àquele, o pundonor enojo;
de ambos os modos infeliz me vejo.

Assim, prefiro, por menor antojo,
de quem não quero, ser cruel motejo
a, de quem não me queira, vil despojo.




Retrato de Soror Juana Inés de la Cruz. Miguel Cabrea, 1750

QUANDO MEU ERRO EM TEU OPRÓBRIO VEJO

Quando meu erro em teu opróbrio vejo,
contemplo, Sílvio, deste amor errado,
quão grave é a malícia do pecado,
quão violenta a força de um desejo.

Mal creio, e de lembrar-me ainda me pejo,
que pudesse caber em meu cuidado
o último degrau do desprezado,
o termo, enfim, de mal tomado ensejo.

Eu bem quisera, quando chego a ver-te,
vendo este infame amor, poder negá-lo;
porém logo a razão justa me adverte

de que só há remédio em publicá-lo:
porque do grão delito de querer-te
só é pena bastante o confessá-lo.

Wednesday, March 20, 2013

CAMINHA E STADEN: RETRATOS DA AMÉRICA

Construa um "diálogo" entre os retratos de Hans Staden e os relatos descritos por Pero Vaz de Caminha na "Carta a El Rei D. Manuel". 

Materiais de apoio: 

- Viagem ao Brasil, de Hans Staden: http://purl.pt/151/1/index.html





Fonte: http://facadaleitemoca.files.wordpress.com/2010/07/cannibals-23232.jpg

Fonte: http://tendimag.files.wordpress.com/2012/12/theodore-de-bry-dritte-
buch-americae-a-partir-de-hans-staden-frankfurt-m-1593.jpg

Fonte: http://pt.wikipedia.org/wiki/Ficheiro:Ic000006tatu.gif

Fonte: http://www.raulmendesilva.pro.br/pintura/images/indio_fumando.jpg


Tuesday, March 05, 2013

LEITURA INDIVIDUAL: CARTA A EL REI D. MANUEL ESCRITA POR PERO VAZ DE CAMINHA

 Leitura individual: Carta a El Rei D. Manuel escrita por  Pero Vaz de Caminha



Para acessar a carta na Biblioteca Digital: http://www.literaturabrasileira.ufsc.br/
- Ir em Busca
- Digitar Carta de Pero Vaz de Caminha
- Forma de busca: Qualquer Palavra
- Depois de feita a busca, selecionar a opção "Apenas obras digitalizadas"
- Entrar em "Carta a El Rei D. Manuel"
- Ir em "Documento disponível para download"


Discussão: 20/03