Monday, August 30, 2010

O ultraromantismo de Azevedo (1831 - 1852)

Depois de ler os poemas românticos do autor Gonçalves Dias no site do Núcleo de Pesquisas em Informática, Linguística e Literatura – NUPILL, selecione a obra que mais impacto lhe tenha causado, tentando responder às seguintes perguntas:


* Quais os elementos Românticos perceptíveis na poética de Alvarez de Azevedo?
* Como era a sociedade da época e como o contexto histórico (no mundo e no Brasil) reflete-se na obra escolhida?
* As tônicas amor- sonho - morte, comumente abordadas nos poemas de Azevedo, estão presentes no poema escolhido? De que forma ele as relaciona?
* Identifique a atmosfera que envolve a poética de Álvarez de Azevedo?

Deixe um comentário com o poema selecionado e o nome dos integrantes da equipe.

12 comments:

Anonymous said...

Alunas: Sara Maria e Martha Maria
Alvares de Azevedo

No mar



Les étoiles s’allument au ciel, et la brise du soir erre doucement parmi les fleurs: rêvez, chantez et soupirez.

GEORGE SAND





Era de noite: — dormias,

Do sonho nas melodias,

Ao fresco da viração,

Embalada na falua,

Ao frio clarão da lua,

Aos ais do meu coração!



Ah! que véu de palidez

Da langue face na tez!

Como teus seios revoltos

Te palpitavam sonhando!

Como eu cismava beijando

Teus negros cabelos soltos!



Sonhavas? — eu não dormia;

A minh’alma se embebia

Em tua alma pensativa!

E tremias, bela amante,

A meus beijos, semelhante

Às folhas da sensitivas!



E que noite! que luar!

E que ardentias no mar!

E que perfumes no vento!

Que vida que se bebia

Na noite que parecia

Suspirar de sentimento!



Minha rola, ó minha flor,

Ó madresilva de amor,

Como eras saudosa então!

Como pálida sorrias

E no meu peito dormias

Aos ais do meu coração!



E que noite! que luar!

Como a brisa a soluçar

Se desmaiava de amor!

Como toda evaporava

Perfumes que respirava

Nas laranjeiras em flor!



Suspiravas? que suspiro!

Ai que ainda me deliro

Entrevendo a imagem tua

Ao fresco da viração,

Aos ais do meu coração,

Embalada na falua!



Como virgem que desmaia,

Dormia a onda na praia!

Tua alma de sonhos cheia

Era tão pura, dormente,

Como a vaga transparente

Sobre seu leito de areia!



Era de noite — dormias,

Do sonho nas melodias,

Ao fresco da viração;

Embalada na falua,

Ao frio clarão da lua,

Aos ais do meu coração.

Anonymous said...

Alunas: Jéssica Moura e Samara Amaral
Poema: Minha Amante

Anonymous said...

Alunas: Marcia e Caroline
Poema:
O vagabundo

Anonymous said...

Alunas: Sara e Martha
Goncalves Dias

SE MORRE DE AMOR





Se se morre de amor! – Não, não se morre,

Quando é fascinação que nos surpreende

De ruidoso sarau entre os festejos;

Assomos de prazer nos raiam n1alma,

Que embelezada e solta em tal ambiente

No que ouve, e no que vê prazer alcança!



Simpáticas feições, cintura breve,

Graciosa postura, porte airoso,

Uma fita, uma flor entre os cabelos,

Um quê mal definido, acaso podem

Num engano d’amor arrebatar-nos.

Mas isso amor não é; isso é delírio,

Devaneio, ilusão, que se esvaece

Ao som final da orquestra, ao derradeiro

Clarão, que as luzes no morrer despedem:

Se outro nome lhe dão, se amor o chamam,

D1amor igual ninguém sucumbe à perda.



Amor é vida; é ter constantemente

Alma, sentidos, coração – abertos

Ao grande, ao belo; é ser capaz d’extremos,

D’altas virtudes, te capaz de crimes!

Compr’ender o infinito, a imensidade,

E a natureza e Deus; gostar dos campos,

D’ave, flores, murmúrios solitários;

buscar tristeza, a soledade, o ermo,

E ter o coração em riso e festa;

E à branda festa, ao riso da nossa alma

Fontes de pranto intercalar se custo;

Conhecer o prazer e a desventura

No mesmo tempo, e ser no mesmo ponto

O ditoso, o misérrimo dos entes:

Isso é amor, e desse amor se morre!



Amar, e não saber, não ter coragem

Para dizer que amor que em nós sentimos;

Temer qu’olhos profanos nos devassem

O templo, onde a melhor poção da vida

Se concentra; onde avaros recatamos

Essa fonte de amor, esses tesouros

Inesgotáveis, d’ilusões floridas;

Sentir, sem que se veja, a quem se adora

Compr’ender, sem lhe ouvir, seus pensamentos,

Segui-la, sem poder fitar seus olhos,

Ama-la, sem ousar dizer que amamos,

E, temendo roçar os seus vestidos,

Arder por afoga-la em mil abraços:

Isso é amor, e desse amor se morre!



Se tal paixão enfim transborda,

Se tem na terra o galardão devido

Em recíproco afeto; e unidas, uma,

Dois seres, duas vidas se procuram,

Entendem-se, confundem-se e penetram

Juntas – em puro céu d’êxtasis puros;

Se logo a mão do fado as torna estranhas,

Se os duplica e separa, quando unidos

A mesma vida circulava em ambos;



Que será do que fica, e do que longe

Serve às borrascas de ludíbrio e escárnio?

Pode o raio num píncaro caindo,

Torna-lo dois, e o mar correr entre ambos;

Pode rachar o tronco levantado

E dois cimos depois verem-se erguidos,

Sinais mostrando da aliança antiga;

Dois corações porem, que juntos batem,

Que juntos vivem, — se os separam, morrem;

Ou se entre o próprio estrago inda vegetam,

Ânsias cruas resumem do proscrito,

Que busca achar no berço a sepultura!



Esse, que sobrevive a própria ruína,

Ao seu viver do coração, — às gratas

Ilusões, quando em leito solitário,

Entre as sombras da noite, em larga insônia,

Devaneando, a futurar venturas,

Mostra-se e brinca a apetecida imagem;

Esse, que à dor tamanha não sucumbe,

Inveja a quem na sepultura encontra

Dos males seus o desejado termo!

Anonymous said...

Alunas: Sara e Martha
Goncalves Dias

SE MORRE DE AMOR





Se se morre de amor! – Não, não se morre,

Quando é fascinação que nos surpreende

De ruidoso sarau entre os festejos;

Assomos de prazer nos raiam n1alma,

Que embelezada e solta em tal ambiente

No que ouve, e no que vê prazer alcança!



Simpáticas feições, cintura breve,

Graciosa postura, porte airoso,

Uma fita, uma flor entre os cabelos,

Um quê mal definido, acaso podem

Num engano d’amor arrebatar-nos.

Mas isso amor não é; isso é delírio,

Devaneio, ilusão, que se esvaece

Ao som final da orquestra, ao derradeiro

Clarão, que as luzes no morrer despedem:

Se outro nome lhe dão, se amor o chamam,

D1amor igual ninguém sucumbe à perda.



Amor é vida; é ter constantemente

Alma, sentidos, coração – abertos

Ao grande, ao belo; é ser capaz d’extremos,

D’altas virtudes, te capaz de crimes!

Compr’ender o infinito, a imensidade,

E a natureza e Deus; gostar dos campos,

D’ave, flores, murmúrios solitários;

buscar tristeza, a soledade, o ermo,

E ter o coração em riso e festa;

E à branda festa, ao riso da nossa alma

Fontes de pranto intercalar se custo;

Conhecer o prazer e a desventura

No mesmo tempo, e ser no mesmo ponto

O ditoso, o misérrimo dos entes:

Isso é amor, e desse amor se morre!



Amar, e não saber, não ter coragem

Para dizer que amor que em nós sentimos;

Temer qu’olhos profanos nos devassem

O templo, onde a melhor poção da vida

Se concentra; onde avaros recatamos

Essa fonte de amor, esses tesouros

Inesgotáveis, d’ilusões floridas;

Sentir, sem que se veja, a quem se adora

Compr’ender, sem lhe ouvir, seus pensamentos,

Segui-la, sem poder fitar seus olhos,

Ama-la, sem ousar dizer que amamos,

E, temendo roçar os seus vestidos,

Arder por afoga-la em mil abraços:

Isso é amor, e desse amor se morre!



Se tal paixão enfim transborda,

Se tem na terra o galardão devido

Em recíproco afeto; e unidas, uma,

Dois seres, duas vidas se procuram,

Entendem-se, confundem-se e penetram

Juntas – em puro céu d’êxtasis puros;

Se logo a mão do fado as torna estranhas,

Se os duplica e separa, quando unidos

A mesma vida circulava em ambos;



Que será do que fica, e do que longe

Serve às borrascas de ludíbrio e escárnio?

Pode o raio num píncaro caindo,

Torna-lo dois, e o mar correr entre ambos;

Pode rachar o tronco levantado

E dois cimos depois verem-se erguidos,

Sinais mostrando da aliança antiga;

Dois corações porem, que juntos batem,

Que juntos vivem, — se os separam, morrem;

Ou se entre o próprio estrago inda vegetam,

Ânsias cruas resumem do proscrito,

Que busca achar no berço a sepultura!



Esse, que sobrevive a própria ruína,

Ao seu viver do coração, — às gratas

Ilusões, quando em leito solitário,

Entre as sombras da noite, em larga insônia,

Devaneando, a futurar venturas,

Mostra-se e brinca a apetecida imagem;

Esse, que à dor tamanha não sucumbe,

Inveja a quem na sepultura encontra

Dos males seus o desejado termo!

Anonymous said...

Equipe: Camila, Marcele, Naiara e Ziléia.

Poema: Por que mentias?

Anonymous said...

Alunas: Sara e Martha
Goncalves Dias

SE MORRE DE AMOR





Se se morre de amor! – Não, não se morre,

Quando é fascinação que nos surpreende

De ruidoso sarau entre os festejos;

Assomos de prazer nos raiam n1alma,

Que embelezada e solta em tal ambiente

No que ouve, e no que vê prazer alcança!



Simpáticas feições, cintura breve,

Graciosa postura, porte airoso,

Uma fita, uma flor entre os cabelos,

Um quê mal definido, acaso podem

Num engano d’amor arrebatar-nos.

Mas isso amor não é; isso é delírio,

Devaneio, ilusão, que se esvaece

Ao som final da orquestra, ao derradeiro

Clarão, que as luzes no morrer despedem:

Se outro nome lhe dão, se amor o chamam,

D1amor igual ninguém sucumbe à perda.



Amor é vida; é ter constantemente

Alma, sentidos, coração – abertos

Ao grande, ao belo; é ser capaz d’extremos,

D’altas virtudes, te capaz de crimes!

Compr’ender o infinito, a imensidade,

E a natureza e Deus; gostar dos campos,

D’ave, flores, murmúrios solitários;

buscar tristeza, a soledade, o ermo,

E ter o coração em riso e festa;

E à branda festa, ao riso da nossa alma

Fontes de pranto intercalar se custo;

Conhecer o prazer e a desventura

No mesmo tempo, e ser no mesmo ponto

O ditoso, o misérrimo dos entes:

Isso é amor, e desse amor se morre!



Amar, e não saber, não ter coragem

Para dizer que amor que em nós sentimos;

Temer qu’olhos profanos nos devassem

O templo, onde a melhor poção da vida

Se concentra; onde avaros recatamos

Essa fonte de amor, esses tesouros

Inesgotáveis, d’ilusões floridas;

Sentir, sem que se veja, a quem se adora

Compr’ender, sem lhe ouvir, seus pensamentos,

Segui-la, sem poder fitar seus olhos,

Ama-la, sem ousar dizer que amamos,

E, temendo roçar os seus vestidos,

Arder por afoga-la em mil abraços:

Isso é amor, e desse amor se morre!



Se tal paixão enfim transborda,

Se tem na terra o galardão devido

Em recíproco afeto; e unidas, uma,

Dois seres, duas vidas se procuram,

Entendem-se, confundem-se e penetram

Juntas – em puro céu d’êxtasis puros;

Se logo a mão do fado as torna estranhas,

Se os duplica e separa, quando unidos

A mesma vida circulava em ambos;



Que será do que fica, e do que longe

Serve às borrascas de ludíbrio e escárnio?

Pode o raio num píncaro caindo,

Torna-lo dois, e o mar correr entre ambos;

Pode rachar o tronco levantado

E dois cimos depois verem-se erguidos,

Sinais mostrando da aliança antiga;

Dois corações porem, que juntos batem,

Que juntos vivem, — se os separam, morrem;

Ou se entre o próprio estrago inda vegetam,

Ânsias cruas resumem do proscrito,

Que busca achar no berço a sepultura!



Esse, que sobrevive a própria ruína,

Ao seu viver do coração, — às gratas

Ilusões, quando em leito solitário,

Entre as sombras da noite, em larga insônia,

Devaneando, a futurar venturas,

Mostra-se e brinca a apetecida imagem;

Esse, que à dor tamanha não sucumbe,

Inveja a quem na sepultura encontra

Dos males seus o desejado termo!

Anonymous said...

Alunos: Emanoele e Guilherme



Meu desejo


Meu desejo? era ser a luva branca

Que essa tua gentil mãozinha aperta,

A camélia que murcha no teu seio,

O anjo que por te ver do céu deserta...



Meu desejo? era ser o sapatinho

Que teu mimoso pé no baile encerra...

A esperança que sonhas no futuro,

As saudades que tens aqui na terra...



Meu desejo? era ser o cortinado

Que não conta os mistérios de teu leito,

Era de teu colar de negra seda

Ser a cruz com que dormes sobre o peito.



Meu desejo? era ser o teu espelho

Que mais bela te vê quando deslaças

Do baile as roupas de escumilha e flores

E mira-te amoroso as nuas graças!



Meu desejo? era ser desse teu leito

De cambraia o lençol, o travesseiro

Com que velas o seio, onde repousas,

Solto o cabelo, o rosto feiticeiro...



Meu desejo? era ser a voz da terra

Que da estrela do céu ouvisse amor!

Ser o amante que sonhas, que desejas

Nas cismas encantadas de langor!

Jordane e Daniela said...

Alunas: Jordane Graudin e Daniela Goulart

Poema: Adeus, meus sonhos!

Adeus, meus sonhos, eu pranteio e morro!
Não levo da existência uma saudade!
E tanta vida que meu peito enchia
Morreu na minha triste mocidade!

Misérrimo! votei meus pobres dias
À sina doida de um amor sem fruto...
E minh’alma na treva agora dorme
Como um olhar que a morte envolve em luto.

Que me resta, meu Deus?!... morra comigo
A estrela de meus cândidos amores,
Já que não levo no meu peito morto
Um punhado sequer de murchas flores!

Anonymous said...

Alunas: Marilcha e Sirlene
Poema: Quando, à noite, no leito perfumado...

Dreams! dreams! dreams!

W. COWPER

Quando, à noite, no leito perfumado

Lânguida fronte no sonhar reclinas,

No vapor da ilusão por que te orvalha

Pranto de amor as pálpebras divinas?



E, quando eu te contemplo adormecida

Solto o cabelo no suave leito,

Por que um suspiro tépido ressona

E desmaia suavíssimo em teu peito?



Virgem do meu amor, o beijo a furto

Que pouso em tua face adormecida

Não te lembra do peito os meus amores

E a febre do sonhar de minha vida?



Dorme, ó anjo de amor! no teu silêncio

O meu peito se afoga de ternura...

E sinto que o porvir não vale um beijo

E o céu um teu suspiro de ventura!



Um beijo divinal que acende as veias,

Que de encantos os olhos ilumina,

Colhido a medo, como flor da noite,

Do teu lábio na rosa purpurina...



E um volver de teus olhos transparentes,

Um olhar dessa pálpebra sombria

Talvez pudessem reviver-me n’alma

As santas ilusões de que eu vivia!

Anonymous said...

Despedidas





Se entrares, ó meu anjo, alguma vez

Na solidão onde eu sonhava em ti,

Ah! vota uma saudade aos belos dias

Que a teus joelhos pálido vivi!



Adeus, minh’alma, adeus! eu vou chorando...

Sinto o peito doer na despedida...

Sem ti o mundo é um deserto escuro

E tu és minha vida...



Só por teus olhos eu viver podia

E por teu coração amar e crer...

Em teus braços minh’alma unir à tua

E em teu seio morrer!



Mas se o fado me afasta da ventura,

Levo no coração a tua imagem...

De noite mandarei-te os meus suspiros

No murmúrio da aragem!



Quando a noite vier saudosa e pura,

Contempla a estrela do pastor nos céus,

Quando a ela eu volver o olhar em pranto...

Verei os olhos teus!



Mas antes de partir, antes que a vida,

Se afogue numa lágrima de dor,

Consente que em teus lábios num só beijo

Eu suspire de amor!



Sonhei muito! sonhei noites ardentes

Tua boca beijar... eu o primeiro!

A ventura negou-me... mesmo até

O beijo derradeiro!



Só contigo eu podia ser ditoso,

Em teus olhos sentir os lábios meus!

Eu morro de ciúme e de saudade...

Adeus, meu anjo, adeus!


Rafael S Soares/ Luiz Carlos da Silva

Anonymous said...

Alunos: Amanda Buzzi e Rodrigo Geremias

Fui um douto em sonhar tantos amores...

Dorme, meu coração! Em paz esquece

Tudo, tudo que amaste neste mundo!

Sonho falaz de tímida esperança

Não interrompa teu dormir profundo!

Tradução do Dr. Octaviano





Fui um douto em sonhar tantos amores...

Que loucura, meu Deus!

Em expandir-lhe aos pés, pobre insensato,

Todos os sonhos meus!



E ela, triste mulher, ela tão bela,

Dos seus anos na flor,

Por que havia de sagrar pelos meus sonhos

Um suspiro de amor?



Um beijo — um beijo só! eu não pedia

Senão um beijo seu

E nas horas do amor e do silêncio

Juntá-la ao peito meu!



Foi mais uma ilusão! de minha fronte

Rosa que desbotou

Uma estrela de vida e de futuro

Que riu... e desmaiou!



Meu triste coração, é tempo, dorme,

Dorme no peito meu!

Do último sonho despertei e n’alma

Tudo! tudo morreu!



Meus Deus! por que sonhei e assim por ela

Perdi a noite ardente...

Se devia acordar dessa esperança,

E o sonho era demente?...



Eu nada lhe pedi: ousei apenas

Junto dela, à noitinha,

Nos meus delírios apertar tremendo

A sua mão na minha!



Adeus, pobre mulher! no meu silêncio

Sinto que morrerei...

Se rias desse amor que te votava,

Deus sabe se te amei!



Se te amei! se minha alma só queria

Pela tua viver,

No silêncio do amor e da ventura

Nos teus lábios morrer!



Mas vota ao menos no lembrar saudoso

Um ai ao sonhador...

Deus sabe se te amei!... Não te maldigo,

Maldigo o meu amor!...



Mas não... inda uma vez... Não posso ainda

Dizer o eterno adeus

E a sangue frio renegar dos sonhos

E blasfemar de Deus!



Oh! Fala-me de amor!... — eu quero crer-te

Um momento sequer...

E esperar na ventura e nos amores,

Num olhar de mulher!