Wednesday, November 09, 2011

Exercício Analítico - Literatura Brasileira I

EXERCÍCIO ANALÍTICO - ROMANCES ROMÂNTICOS

Exercício em grupo - postar no blog poeticatecnologica.blogspot.com até 29/11 –





1. A Fantasia é um dos elementos mais valorizados na ficção romântica. Como Alencar, Taunay e Machado utilizam a fantasia na construção das heroínas Iracema, Inocência e Helena?

2. De que modo o jogo realidade/fantasia é construído nos romances: Iracema de Alencar; Inocência de Taunay e Helena de Machado de Assis? Discorra discursivamente sobre o jogo e exemplifique.

17 comments:

Anonymous said...

Discussão do romantismo em Iracema de José de Alencar, Inocência de Visconde de Taunay e Helena de Machado de Assis

A fantasia que Alencar, Taunay e Machado usam em seus romances é pela idealização de suas heroínas Iracema, Inocência e Helena (respectivamente). O termo "fantasia" aqui não alude a uma coisa impossível, mas simplesmente improvável. Não é impossível que uma índia como Iracema falasse em palavras tão bonitas e num vocabulário tão arrojado, mas é improvável. Não é impossível que Inocência abrisse mão de seu excelente relacionamento com o pai por um homem que acabou de conhecer, mas é improvável. Não é impossível que uma moça como Helena soubesse mascarar tão bem suas intenções e seu real passado e ainda cativasse a todos com seu jeito meigo, mas é improvável.
A fantasia, então, é mais uma idealização da mulher, uma personalidade projetada para mulheres construídas ficcionalmente.
Para esclarecer, vejamos a diferença entre impossibilidade e improbabilidade. A impossibilidade seria algo que, humanamente falando, não pode acontecer. Por exemplo, se Iracema fosse uma sereia, isso seria impossível na dimensão da realidade humana. Ora, sabemos que não existem sereias no mundo real, assim, o improvável não é impossível, mas é difícil de acontecer; porque foge ao entendimento humano. Por isso que o fato de Iracema falar "bonito" em língua portuguesa é improvável, pois seu primeiro idioma é o indígena. Assim sendo não é impossível que Iracema utilizasse palavras encantatórias, no entanto é improvável.
No caso da personagem Helena, a fantasia idealizada da mulher com aparência perfeita, com caráter impecável e com modos recatados e ao mesmo tempo linda e extremamente gentil é improvável. Porém, Machado construiu essa personagem a partir de uma fantasia romanesca. Mesmo em situações de desespero, Helena mantém seu recato, como na cena em que seu passado foi descoberto, não proferiu nenhuma palavra torpe. Também manteve seu recato em relação à paixão que sente por Estácio, pois mesmo sabendo que não era seu irmão de sangue, mantém as aparências. Essa idealização de uma mulher que, mesmo em seu erro, é irrepreensível e age com dignidade é a fantasia presente em Helena.
Iracema, de José de Alencar, mistura fantasia e realidade nas dimensões culturais. Uma índia se apaixona por um português e a recíproca é verdadeira. O romance é um relato do amor entre dois seres étnica e culturalmente diferentes. No desenrolar da história, percebe-se que Iracema possui um vocabulário tão arrojado quanto o de seu amado português, que fala o idioma indígena de Iracema com fluência. Essa parte do romance é mistura real e fantasioso, pois é fantasioso um português falar um idioma indígena fluentemente e se comunicar com uma índia que fala poética e romanticamente é improvável. Além do idioma, também percebemos outros traços de fantasia a partir da descrição da fauna e da flora. Os unguentos que Iracema preparava a partir de flores com propriedades medicinais - quase mágicas! -, a presença da graúna como sendo um animal quase domesticado, o cachorro que primeiro sugou o leite do seio de Iracema são traços mágicos do romance. Esses traços dimensionam a relação com a natureza que Alencar propõe em seu romance. Também percebemos traços de idealização nos relatados sobre a cultura indígena e suas entidades divinas: Iracema é a escolhida de Tupã, por isso detém forças mágicas, retratando traços culturais dos indígenas que acreditavam/acreditam em entidades religiosas mágicas. A fantasia está em Iracema abrir mão tão facilmente de suas crenças e de sua missão delegada por Tupã por amor a um homem recém-conhecido, traço típico do Romantismo, que situa o amor como centro de tudo.

Anonymous said...

Em Helena, de Machado de Assis, a fantasia se situa na perfeição e integridade da heroína. Helena não demonstrava ter defeito nenhum, simplesmente porque os mascarava, situações que demonstram o Realismo de Machado de Assis. A personagem é perfeita, mas também é dissimulada, a o mesmo tempo em que se mostrava inocente, recatada, pura, casta, escondia seus planos. Sabia que o homem que amava não era seu irmão de sangue, porém manteve as aparências e tentou conquistá-lo. Demonstrava afeto e delicadeza capazes de fascinar um homem. Porém Helena morre sozinha, não conseguindo a realização amorosa e nem a manutenção da sua farsa. Assim sendo dos três romances, Helena é o mais realista, apesar dos traços fantasiosos em relação à conduta social impecável da heroína.
Em Iracema, Alencar utiliza-se da fantasia para criar um cenário fantasioso, sendo que essa fantasia se mostra cromaticamente elaborada, desde a descrição da heroína, vista como “a virgem dos lábios de mel, que tinha os cabelos mais negros que a asa da graúna, e mais longos que seu talhe de palmeira” (2011, web, p.5), até a do ambiente em torno do qual a história ocorre: “Verdes mares que brilhais como líquida esmeralda aos raios do Sol nascente, perlongando as alvas praias ensombradas de coqueiros” (op. cit., p.4). A utilização de um colorido brilhante e extremo gera um espaço fantástico, demonstrando um caráter nacional imaginado pelo autor.
Em Inocência, Taunay irá buscar nos romances europeus o elemento do fantástico para sua heroína, trazendo os ideais românticos da “mulher perfeita”: beleza elevada, ingenuidade e fragilidade, vistos desde a descrição física da heroína (2011, web, p. 16), "(...) seu rosto irradiava singela expressão de encantadora ingenuidade, realçada pela meiguice do olhar sereno que, a custo, parecia coar por entre os cílios sedosos a franjar-lhe as pálpebras, e compridos a ponto de projetarem sombras nas mimosas faces."
Esse fantástico se estende ao próprio relacionamento entre Inocência e Cirino, que de maneira alguma se aproxima do real, pois encontra apenas perfeição e não demonstra poucas formas de enfrentamento. A resistência inicial de Inocência é restrita ao medo que sente de seu pai, seguidor de um padrão patriarcal. Para o cenário, Taunay utiliza de uma natureza paradisíaca para representar seu ideal do ambiente sertanejo, mas de maneira diversa de Alencar, devido às descrições da fauna e flora regionais do Mato Grosso, que buscam diferenciá-las e torná-las únicas em relação a outras partes do país (op. cit., p. 1):
A estrada que atravessa essas regiões agrestes é coberta de uma camada de areia alva, elemento dominante na composição daquele solo, fertilizado por um sem-número de límpidos e borbulhantes regatos, ribeirões e rios, cujos contingentes são outros tantos tributários do claro e fundo Paraná ou, na contravertente, do correntoso Paraguai.
Ou seja, é através de uma paradoxal descrição realística que se cria o fantástico que Taunay deseja passar.

Anonymous said...

Em Helena, o fantástico está na forma da inteligência da heroína, que Machado de Assis apresenta como detentora de diversos conhecimentos e áreas, tais como a equitação, somados à esperteza e entendimento profundo de como se encontrar a melhor posição social, que torna Helena quase lendária e irresistível, tanto aos personagens da obra quanto ao leitor. O cruzamento entre a realidade e a fantasia é muito mais complexo nessa obra, mas pode ser detectado através da reação das personagens ante a heroína (2011, web, p. 28),
(...) não só domadas, mas até enfeitiçadas, estavam às boas com a filha do conselheiro. Helena tornara-se o acontecimento do bairro; seus ditos e gestos eram o assunto da vizinhança e o prazer dos familiares da casa.
Através da visão dos outros personagens temos uma fantasia sendo criada, não sendo necessárias as descrições da personagem e do cenário pelo narrador. Esse jogo montado por Machado se concretiza com o psicológico do personagem Estácio, que primeiramente se mostra imparcial para não ser enganado, mas que pouco a pouco se permite envolver-se com Helena, aspecto visível na carta enviada à sua família quando viajou: “Lembro-me de ti a propósito de tudo. Hoje de tarde, por exemplo, o terreiro oferecia um aspecto bonito e característico. Se ela estivesse aqui, disse comigo, faria um magnífico desenho” e “Adeus, minha boa Helena; adeus, minha vida, adeus, ó mais bela e doce de todas as irmãs!” (op. cit., p. 114-115).

Referências
ALENCAR, José de. Iracema. Disponível em: . Acesso em: 14 nov. 2011.

TAUNAY, Visconde de. Inocência. Disponível em: . Acesso em: 14 nov. 2011.

ASSIS, Machado de. Helena. Disponível em: . Acesso em: 14 nov. 2011.

Anna Clara Parucker Rother, Loana Jonck Cassaniga, Rafael Silva Fouto e Raquel Selner.

Anonymous said...

Os três autores, Alencar, Taunay e Machado, criam em seus romances, uma mulher idealizada e essa é a principal parte da fantasia romântica imperante nas obras Iracema, Inocência e Helena.
Em Iracema, Alencar contrapõe uma índia que abandona tudo e todos: sua tradição, mata seu próprio irmão (Caubi), é abandonada por seu marido Martim (português), e após sua morte seu filho Moacir é criado na cultura branca (portuguesa) por seu pai. A índia falece após o parto de Moacir, coisa rara na realidade indígena já que a índia estava adaptada a trabalhar na terra durante e após a gravidez tornando-a forte para suportar o parto sozinha. Iracema morre mas como uma heroína para poder alimentar o seu filho, primeiro oferece seu seio para uma irara que tem mais força de sucção. O texto transcorre de forma lendária, cíclica.
Já Taunay em Inocência, faz da heroína uma mulher perfeita, cabelos longos e pretos, nariz feito, olhos matadores, beleza deslumbrante e incomparável, faces mimosas, cílio sedosos, tipo da mulher brasileira. O texto apresenta aspectos do Realismo/Regionalismo, pois a personagem fisicamente está mais próxima a mulher sertaneja. O aspecto fantasioso é decorrente da busca da plenitude amorosa, tudo "gira" em torno de uma promessa de amor, o amor se projeta como algo absoluto.
Machado de Assis, em Helena, também idealiza a heroína, porém além da idealização da personagem é focado uma questão social. A heroína é "uma filha fora do casamento", que é aceita pela família do suposto pai após sua morte e a trajetória narrada é a da conquista de espaço numa família desconhecida. A personagem é meiga, mas sabe se portar como observadora da nova realidade e procura atender as necessidades da nova família para ser aceita. Helena se apaixona por seu suporto irmão, mesmo sabendo que Estácio não é seu verdadeiro irmão, porém mantém um jogo de conveniência. Helena faz de tudo para estar próxima a Estácio, mas evita contatos mais íntimos.
Nos romances, Iracema de José de Alencar, Inocência de Taunay e Helena de Machado de Assis, há um jogo de fantasia e realidade. Em Iracema este jogo está entre o contexto histórico que seria a tentativa portuguesa de escravizar os índios e a índia que foge com um português, deixando toda sua "herança" para trás, como família, costumes e cultura.
Em Inocência o jogo entre a fantasia e a realidade se encontra na impossibilidade de realização amorosa da heroína que enfrenta tudo por seu amor e coloca seu sentimento acima do respeito pelo pai, mas adoece e morre com a perda de seu amado.
Por fim, em Helena a fantasia e a realidade se misturam melhor, o amor que é construído entre a heroína e o suposto irmão. Helena é descrita como um ser diferenciado, pois é prendada, dedicada e sagaz, mas também é manipuladora, o que a torna mais próxima de uma pessoa real. E um fator importante deste jogo é que o amor entre Helena e Estácio é construído no decorrer do percurso de descoberta e não "à primeira vista" o que torna o sentimento mais verdadeiro, diferente de Inocência e Iracema que se apaixonam à primeira vista.

Aline Cidral das Chagas, Camila Macedo e Vanessa Melo.

Anonymous said...

Os três autores José de Alencar, Visconde de Taunay e Machado de Assis que mais marcaram o romantismo brasileiro e também a transição para o realismo, constroem seus romances e criam certa fantasia ao redor de suas personagens principais, Iracema, Helena e Inocência com o intuito de reforçar e quebrar alguns padrões da época. No romance de José de Alencar, Iracema a índia tabajara, apaixona-se por um europeu e vai contra todos os princípios de sua tribo para com ele ficar e concretizar seu amor com o nascimento de seu filho Moacir. No romance de Machado de Assis, Helena apaixona-se pelo seu suposto irmão, mas sabendo que esse amor é impossível ela delicadamente manipula todos ao seu redor para que consiga se manter longe dele e no fim acaba falecendo, desmistificando ai toda e qualquer expectativa de que os romances devem acabar com finais felizes, assim o desfecho se assemelha a uma obra realista. Na obra de Visconde de Taunay, a bela Inocência se encontrava às escondidas com seu amado para que seu pai não percebesse. Portanto, é possível observar que nos três romances as moças/heroínas respeitam seus sentimentos, apesar das barreiras sociais da família ou tribo. As heroínas seguem o que dita seu coração e manipulam tudo à sua volta para que aconteça aquilo que vai lhes favorecer. Em Iracema e Inocência, as personagens não são tão dissimuladas e manipuladoras, quanto Helena, que comanda o jogo romanesco.
A realidade e a fantasia se misturam nas três obras citadas. Cada uma possui um jogo realidade/fantasia diferente, mas as três convergem em um ponto fantasioso: na idealização da heroína. Os três livros são estudados como pertencentes ao período Romântico. Em Iracema a protagonista é uma índia, que se apaixona por um português, numa atmosfera idealizada. O autor descreve os acontecimentos colocando neles sua ótica pessoal de perfeição, que beira a fantasia. Também precisa-se levar em conta que Alencar queria enaltecer os índios e a pátria brasileira, portanto, fez uso de muitos elementos visando alcançar esse objetivo. Ao longo da história, o narrador compara Iracema à natureza rica e maravilhosa do Brasil. Todas as qualidades de Iracema são mencionadas, como seus cabelos negros e longos, seus pés rápidos, seu hálito com um aroma agradável, seu sorriso e toda a natureza rende-lhe homenagem. A heroína é a síntese da perfeição de uma mulher. Esses elementos descritivos são tão fantasiosos quanto o comportamento de Iracema que vira as costas à sua tribo negando-a. Numa perspectiva realista, esse procedimento não aconteceria, bem como outros elementos, como a magia que envolve toda a floresta e os animais que nela vivem. A narrativa apresenta o conflito e o confronto de povos indígenas com os portugueses. Em Inocência, a abordagem é diferente, tendo por foco o regionalismo sertanejo.

Anonymous said...

Há bastante verossimilhança. Inocência não é um texto tão cheio de fantasia quanto Iracema, o texto é fiel às características da região central brasileira no século XIX. O diferente aqui está presente também na personagem principal do livro. Inocência é uma personagem pura, completamente dependente do pai e muito religiosa. O irreal está na intensidade amorosa e por esse amor se dispôs a qualquer coisa, inclusive a largar seu pai que tanto amava, e sua casa. Esse tipo de amor é totalmente idealizado. A inocência da personagem é idealizada também. Toda a dor e sofrimento parecem reais, mas deixam de ser quando se pensa na tamanha intensidade com que são retratadas. Em todos os casos, o idealizado é fantasioso. E por fim, Helena, obra que circula entre romantismo e realismo, no entanto, encontramos a fantasia na personagem principal. Helena é a idealização da mulher que aparenta ser submissa, mas manipula a realidade conforme sua conveniência. Com um jeito meigo, arma ardilosamente a conquistar de sua “nova família” mesmo sabendo que não pertencia por laços de sangue a essa família. Ela é astuta, mas sua aparência é inocente. Durante a obra, o leitor percebe que a moça não é tão boa quanto parece aos demais personagens que constituem a trama. Porém o toque de fantasia está na morte da heroína que não vê mais possibilidades de viver num mundo em que regras morais superam a força amorosa. As três heroínas são idealizadas, cada qual a sua maneira, envoltas em fantasia e moldadas por comportamentos e condutas sociais, todavia dando um sopro de esperança para as muitas mulheres oprimidas que viveram no século XIX, demonstrando que o amor absoluto transcende a realidade.

Luana Francine Mayer, Eloá de Mendonça, Bruna Laís Linzmeyer Giese, Carolina Cristina Banzato Bernardo.

Anonymous said...

Uma das características do romantismo é a idealização, as coisas não são vistas como realmente são, mas como deveria ser a partir de um ponto de vista pessoal, ou seja, a partir do imaginário de quem cria o que permite a fantasia. Na perspectiva romântica a mulher é vista como virgem, frágil, bela, submissa, etc. O amor também quase sempre é espiritual e inalcançável. No livro de Iracema de Alencar, a índia é idealizada como a virgem dos lábios de mel e de cabelos tão escuros como a asa da graúna. No livro de Inocência de Taunay, a heroína possui uma beleza que foge dos padrões de uma camponesa, bem como ocorre a supervalorização do amor. Inocência prefere morrer a se entregar a Manecão, noivo escolhido pelo pai. Neste pequeno trecho do livro podemos perceber a beleza idealizada de Inocência. “Apesar de bastante descorada e um tanto magra, era Inocência de beleza deslumbrante. Do seu rosto irradiava singela expressão de encantadora ingenuidade, realçada pela meiguice do olhar sereno que, a custo, parecia coar por entre os cílios sedosos a franjar-lhe as pálpebras, e compridos a ponto de projetarem sombras nas mimosas faces”. No livro de Helena de Machado de Assis, a heroína é bonita, inteligente, submete-se aos valores burgueses, está praticamente próxima da perfeição. Ela tem o perfil ideal de uma figura feminina para o amor impossível. Nestes três livros a fantasia se faz presente, pelo fato de que as três são heroínas idealizadas, inocentes, virgens e que parece não possuir defeitos.
Nos três romances românticos pode-se notar a construção dos textos entre fantasia e realidade. Em Inocência podemos identificar como realidade o fato da heroína ser prometida a um homem escolhido por seu pai, realidade do século XIX, contraposta à fantasia pelo fato dela ser “perfeita” e preferir morrer por amor. Em Iracema a realidade identificada é o processo de colonização do Brasil pelos europeus, mais especificamente pelos portugueses, mostrando circunstâncias e aspectos históricos: a disputa entre as tribos dos tabajaras e dos pitiguaras. A fantasia se encontra no fato da heroína ser uma virgem de Tupã que lutou contra sua tribo em nome de seu amor por Martim. No livro Helena não é o amor que prevalece, mas o casamento por interesse. O amor entre Helena e seu suposto irmão foi construído com o tempo e não de primeira vista. A fantasia presente é do fato de que apesar de manipuladora, de esconder a verdade, ela era idealizada de forma a ser “perfeita”, meiga, doce, ótima dona de casa, segundo descrição do autor.

Alan de Sousa, Bruna Regina Borba da Silva , Franciele das Graças Malinoski, Priscila Fernanda Ferreira, Tatiane de Miranda

Anonymous said...

José de Alencar, Visconde de Taunay e Machado de Assis para cada heroína de seus romances, Iracema, Inocência e Helena utilizam da idealização para a construção das mesmas. Quando José de Alencar constrói Iracema, dá características a ela que não condizem plenamente com a realidade, há a exaltação do nacional e de modelos estéticos europeus na construção das heroínas: virgem, bela, pura, porém ao mesmo tempo guerreira, forte e firme nos seus princípios. Entretanto, aí entra uma contradição, pois as características dadas a respeito dos aspectos físicos não se encaixam com as características comportamentais. Iracema, uma índia, vivia na mata, sem acesso a meios de cultivo da beleza, porém com uma aparência dentro dos padrões ocidentais. Alencar busca a fantasia para a construção de Iracema, bem como sua entrega ao amor sem medidas. O alvo de sua paixão, assim como foi alvo da flechada, detalhe inteligente por parte do autor é um homem branco, vindo da Europa colonizadora e amigo da tribo rival à de Iracema. Pontos que, por si só, poderiam impedir a relação. Além disso, Iracema era a virgem de Tupã, por isso deveria permanecer virgem. No entanto se entrega apaixonadamente a Martim. Outro detalhe importante é que apesar de se tornar escrava desse amor, cortando as relações com sua tribo ao acompanhar o homem que ama, é abandonada por esse homem. O encontro inicia com uma flechada da heroína que atinge Martim e finaliza com a sua morte. Iracema é apenas passiva perante o amor. Esse amor fantasioso que Alencar construiu, fez com que a personagem se desligasse de sua cultura, apenas lhe restando a morte. Iracema oferece os últimos nutrientes para alimentar o filho, para o qual dá a vida.
Já em Inocência, Visconde de Taunay constrói uma fantasia, na qual a personagem é passiva, pois é envolvida por um sentimento que nem sabe o que é. Seu nome imprime sua principal característica: inocência. A personagem é idealizada com uma aparência perfeita, mesmo na doença. O romance inicia com a personagem dominada pela febre amarela. Taunay estabelece a relação da heroína com borboleta recém descoberta na região central do Brasil, pois a borboleta é uma espécie que se transforma após uma metamorfose, como Inocência que se torna mais bela com o desabrochar do amor por Cirino. A fantasia nesta relação é forte, pois o amor é explorado romanescamente como um sentimento transformador. Inocência rompe com as normas que o pai estabelecia e se entrega aos seus desejos, podendo assim, ser estabelecida uma relação com contos fantásticos como a Branca de Neve. Inocência assim como a Branca de Neve era uma moça inocente, que se dá bem com um anão. No conto fantástico a heroína é desperta pelo beijo do príncipe, assim como Inocência renasce recuperando suas forças pelo amor que dedica a Cirino. A única atitude ativa que a personagem é recusar-se casar com Manecão, marido escolhido pelo pai. No entanto, após a morte de Cirino, se entrega à morte, pela falta do amor.

Anonymous said...

Helena, de Machado de Assis, como as outras personagens citadas, também é idealizada. Bonita, prendada, boa dona de casa, conquistava e cativava a todos. A diferença entre essa personagem e Iracema e Inocência, é que esta é desconstruída pelo narrador. A trama mostra que Helena tinha ambições encobertas pelo seu encanto. Suas ações eram dirigidas por propósitos objetivados. No entanto, mesmo com essa descaracterização do modelo romântico, operada por Machado, há alguns pontos fantasiosos, como a submissão ao pai verdadeiro e na contradição entre ações planejadas associadas a traços infantis e fantasiosos. Porém, dentre as três heroínas foi a que mais quebrou com os padrões românticos do comportamento feminino. A fantasia nas personagens está associada ao amor.
Dentre os três romances, o dilema realidade x fantasia é menos identificado na obra de Machado de Assis, por possuir traços mais realistas, todavia de forma diferente estão presentes em Taunay e Alencar. As ações de Helena expõem o jogo entre o real e o fantasioso. Ela é capaz de tudo, faz tudo de forma excelente, no entanto o faz com um único objetivo, mascarar sua verdadeira história.
No romance Iracema de José de Alencar utiliza-se da fantasia em todos os momentos de sua narrativa, desde o cenário à descrição fisionômica da heroína até o amor entre esta e o português. Iracema prefere trair sua tribo, seu irmão e o Tupã por o amor a um homem, trazendo à vida lendariamente o primeiro brasileiro-português. Iracema morre, mas seu filho é criado pelo pai com princípios da cultura portuguesa. O romance lenda mostra o jogo do real com o imaginário, no momento em que Iracema é apresentada como a guardadora do segredo de Tupã e prefere abdicar desse poder pela paixão por Martim.
No romance Inocência de Visconde de Taunay os ideais românticos fantasiados são, assim como na obra de Alencar, facilmente percebidos. No momento em que Cirino vê Inocência se apaixona à primeira vista, pela sua beleza, escondida por trás de um rosto doentio. Cirino continua a idealização ao tentar deixar Inocência o maior tempo possível com a enfermidade para podê-la ter diante de seus olhos. A fantasia também é muito notada no fato da heroína ser caracterizada como mulher de inigualável beleza, ao mesmo tempo em que possui uma grande ingenuidade. E perpetua-se no seu desejo de morte após a morte de seu pretendente, Cirino. O romance inclui a realidade social ao abordar uma situação de casamento arranjado, característica da época e a inserção do cientificismo, com o personagem Meyer, naturalista alemão que encontra uma borboleta rara e a nomeia Inocência.

Carolina Reichert, Felipe João Dutra, João Marcos da Silva e Sônia Regina Biscaia Veiga

Anonymous said...

Os três autores, Machado de Assis, Visconde de Taunay e José de Alencar, tiveram grande influência no romance brasileiro e na transição do realismo, construíram em seus romances heroínas idealizadas com o intuito de quebrar alguns paradigmas do século XIX. Inocência, Helena e Iracema são marcadas pela superficialidade. Essa idealização e fantasia são marcas do romantismo.
Na obra de José de Alencar a heroína Iracema é uma índia tabajara idealizada como a virgem dos lábios de mel, que contrariando toda a sua tradição, vai contra os princípios da sua tribo, e se entrega a um europeu, por quem se apaixonou e gerou um filho. A personagem: bela, pura, guerreira, forte, virgem, foge ao padrão médio de mulher. Características estas, que não se encaixam no contexto vivido por Iracema, uma vez que ela era uma índia que vivia na mata, tendo que trabalhar e suportar todos os desgastes físicos sem acesso aos meios de cuidado e beleza. A fantasia está presente no deslocamento da realidade vivida pela personagem para uma esfera superior.
Na obra de Visconde de Taunay, a heroína Inocência é idealizada como uma mulher de aparência perfeita, com beleza deslumbrante com características que se assemelham a mulher brasileira. A fantasia está presente no nome da personagem: Inocência, subjugada ao pai pelo medo de perder a sua bênção por amar um homem não escolhido por ele.
Já na obra de Machado de Assis, Helena é a idealização de uma mulher doce, mas determinada. A fantasia está mais uma vez presente no amor inalcançável, característica predominante no Romantismo, onde com toda a perfeição construída em torno da personagem que não pode se entregar ao seu amado.
Há nas três obras, uma caracterização de um amor idealizado, com personagens e sonhos idealizados, mas que pelo desenrolar da história, traçam um caminho que conduz a um fim que expressa realidade. As tramas são fundamentadas em amores inalcançados, com os quais se sonha e espera e resultam em mortes e desilusões.
Na obra de José de Alencar, a personagem Iracema é introduzida num espaço cultural, onde o autor tem como objetivo enaltecer os índios e a pátria brasileira, motivo pelo qual faz uso de tantas comparações da personagem com a natureza. A paixão entre Iracema e um português nesse contexto torna-se impossível. Na descrição física de Iracema, há menção da natureza nos seus aspectos mais ricos e puros, como se fosse ela dotada de uma perfeição inigualável. Esses aspectos trazem a fantasia, visto que é a descrição/comparação pessoal, que faz o autor da personagem com a natureza.
Na obra de Visconde de Taunay, já identificamos o jogo realidade/fantasia na própria inocência da heroína. Há nessa história, um amor idealizado por uma moça portadora de uma beleza incomparável, qual tem um pai que muito a estima e já prometera sua filha em casamento a um homem que julga ser o melhor para o seu futuro. Registra a realidade do século XIX, na qual os pais escolhiam o marido para suas filhas. O fantasioso nesta história está na criação de um amor à primeira vista, a heroína enfrenta seu pai e prefere a morte do que viver sem seu amor. Já na descrição física salienta uma beleza deslumbrante e olhar sedutor.
Na obra de Machado de Assis há um contraste com as outras obras no jogo da realidade/fantasia. Helena é identificada pela sabedoria e independência, manipula os personagens que a circundam, aspecto identificatório de realidade. No entanto, diferente de outros romances investigados, Helena morre solitária.

Carla Chaiana Knop, Danúbia Floriano, Fernanda Cristine Felício, Nicole Pereira

Anonymous said...

José de Alencar em Iracema é bastante criativo quando se trata de inventar personagens indígenas. Um bom exemplo é a própria Iracema. Seguindo a tendência romântica, Alencar cria uma índia mitificada e idealizada. Entende-se, é claro, que isso se deve a tendência de construir heróis nacionais. A fantasia está expressa na descrição de Iracema, bem como em algumas atitudes da moça. Um bom exemplo de atitude que não é própria da cultura do indígena é o ato de beijar. Este não era um costume de índios, de modo que torna Iracema bastante peculiar. No entanto, onde mais se nota a fantasia de Alencar é na descrição da heroína. Iracema tinha pés e pele macias, mesmo andando descalça pela floresta.
Já em Inocência, de Taunay, nota-se um tipo de fantasia semelhante a Iracema. A heroína do romance é de uma beleza que obriga seu pai a mantê-la escondida do mundo. As atitudes de Inocência, em nada revelam a fantasia de autor, visto que a heroína deste romance é bastante moderada, abstendo-se de agir, ao contrário de Iracema. Taunay também utiliza-se de uma espécie de delírio ao descrever as regiões onde o romance se passa. Tudo é idealizado em relação às personagens protagonistas.
Em Machado, a fantasia também é significativa, porém o escritor é mais realista, o que o coloca em posição diferente em relação aos outros dois escritores já citados. Pode-se dizer que, em Machado, a fantasia é velada, misturada com um toque de realidade. Machado cria uma personagem de caráter impecável e por isso fruto de uma idealização. Pode-se concluir, portanto, que os três escritores seguem a linha do romance romântico, visto que idealizam as heroínas de seus romances, conforme característico desse gênero de leitura.
As três obras citadas circulam na fronteira entre realidade e fantasia. Iracema é romance que mais foge da realidade, primeiramente podemos perceber essa fuga na idealização da personagem, a heroína apesar de indígena, possui traços idealizados no padrão europeu. Além disso, Iracema abandona sua tribo e sua cultura para seguir o amor. Alencar utiliza-se de costumes indígenas como a utilização de um animal para sugar o leite de Iracema para que ela pudesse amamentar o seu filho. Percebem-se também traços da realidade no contato entre portugueses e indígenas, nas guerras entre as tribos e em alguns costumes culturais e religiosos indígenas. Na obra de Taunay, a fantasia é figurada na idealização de Inocência e do amor entre os protagonistas. Este amor apresenta-se maior do que tudo e todos, ao ponto de Inocência adoecer e falecer em função da perda do amado. Todo esse amor idealizado tem como barreira os costumes sertanejos, que representam a realidade na obra, como um romance regionalista, Taunay criou estereótipos baseados em características da realidade sertaneja. Para finalizar temos a obra Helena, de Machado de Assis. Em Helena, a idealização da protagonista é desenvolvida de uma forma diferente das outras obras, pois acima de todas as qualidades ostentadas pela moça, Machado enfatiza a inteligência, a perspicácia, a independência e a capacidade de utilização dessas qualidades como forma de manipular realidades. Apesar de ser considerada por muitos um romance romântico, podemos notar traços do realismo na obra. Nota-se isso na forma em que a obra é conduzida, destacando as influências sociais e religiosas nos acontecimentos e na vida dos personagens criados por Machado. Helena tem um final digno das demais obras de Machado, onde, ao contrário das obras de Taunay e Alencar, prevalecem as possibilidades reais e morre toda idealização.

Elton Carlos de Araújo Alves, Dhuan Luiz Xavier, Talita Fernanda Silva Bolduan

Anonymous said...

Nos romances: Iracema, Inocência, e Helena, percebe-se a idealização das heroínas. A morte está presente nos três romances. Em Inocência a morte é característica forte, pois o amor é idealizado como força motriz e culmina na morte dos personagens Cirino e Inocência.
Ao começar por José de Alencar com seu romance de Iracema, percebemos que a heroína apresenta traços físicos e psicológicos, que se distanciam da realidade indígena. A personagem Iracema possui características muito peculiares para as condições que vivia. Sua beleza chamava muita atenção. O próprio autor descreve a beleza da personagem comparando-a com elementos da natureza. Isso revela que a obra é repleta de metáforas que idealizam, não só a heroína, mas também o ambiente que serviu de palco para o desenrolar da história. José de Alencar valoriza a beleza de uma índia idealizada com padrões de beleza que extrapolam a realidade brasileira.
O comportamento da indígena é, porém incompatível com os costumes de Martin, português. Alencar utiliza a expressão “ recostar langue “, o termo “langue” é francês, que evoca a cultura europeia.
Outra cena fantasiosa e pouca provável para a realidade indígena é o fato de que os personagem Iracema e Martin se beijam, costume europeu. O linguajar de Iracema é muito semelhante ao do português, pouco provável para alguém que vivia em uma tribo indígena, e tinha pouco contato com outra língua.
A ficção romântica de Alencar fica completa no desenrolar da história, pois a personagem Iracema abandona sua tribo, e mata seu irmão, traindo até seu Deus – Tupã, ao entregar sua pureza ao português. A obra também coloca uma questão muito forte embutida e subjacente à história do Brasil, pois Iracema é uma metáfora da história brasileira, pois entrega seu corpo/terra puro (a) aos portugueses dominadores.
Metaforicamente José de Alencar trabalha com o indianismo, porém a cultura européia é evidente em sua obra, Iracema obedece cegamente seu amado, remetendo ao conceito do bom selvagem de Rousseau. Diferentemente de Helena e Inocência, em Iracema o amor é consumado, gerando um filho. Nos outros dois romances o amor é idealizado platonicamente e a morte chega antes mesmo de que algum envolvimento carnal aconteça.
Em Inocência o cenário é criado a partir do padrão romântico, o primeiro capítulo inicia com a descrição do personagem Cirino cavalgando num paraíso. Taunay descreve minuciosamente todos os detalhes do cenário e de seus personagens. Ele dedica um capítulo do livro para descrever as belezas da terra em que o personagem Cirino se encontrava.
Neste romance romântico, o autor trabalha com a beleza cabocla, tipicamente brasileira, porém ficcionalizada. A ficção de Inocência está no fato de Taunay criar uma idealização não só da personagem, mas também do ambiente em que ela se encontra. O autor coloca na heroína traços delicados e perfeitos deixando nítida a “inocência de Inocência.”
Nesta obra, a morte ocorre para os dois personagens Cirino e Inocência, diferente de Iracema e Helena. Em Helena o acaso não é palco para o encontro de Helena e Estácio, Nos romances Iracema e Inocência, o acaso foi o motivo para o encontro dos casais, o que reforça a idéia de ficção.
Na obra de Machado de Assis, percebe-se um tom realista. O romance discute com a sociedade da época, como o papel da mulher. Desde o primeiro capitulo percebe-se um emaranhado de segredos e jogos. O primeiro fato foi a morte do suposto pai de Helena e Estácio, ter revelado a paternidade da jovem Helena após a sua morte. O segundo aspecto está na personalidade forte e dissimulada de Helena que escondeu seu passado, mantendo-se na posição de filha órfã para usufruir as benesses sociais.

Anonymous said...

Helena é descrita como uma mulher perfeita, bela, culta, inteligente, mas ao mesmo tempo finge-se dócil e ingênua para conquistar a todos. Helena dissimulava, assim Machado coloca na personagem traços do realismo. O autor joga com valores de uma época em que a sociedade via as mulheres de uma maneira preconceituosa, dando vida a uma personagem letrada, inteligente, bela, e esperta. Machado enfatiza o poder feminino, pois muitas vezes o Estácio pedia conselhos a Helena mostrando a forte influência que ela tinha. Isto também é outro elemento ficcional, pois considerando a época em que a obra foi escrita era pouco provável que uma mulher tivesse uma influência tão acentuada como Helena exerceu sobre Estácio.
O tom da fantasia está presente em Alencar por uma série de fatores, entre eles a maneira como o autor escreve em prosa poética, ou seja, utiliza a linguagem poética no texto de prosa. Em função disso, há a musicalidade, ritmo e descrição carregada de adjetivos que maximizam a beleza do cenário brasileiro, dando a sensação que se trata de um cenário dos sonhos. Um detalhe muito importante, que não é por acaso por estarmos falando de José de Alencar. O título do romance Iracema é anagrama da palavra América. Já o nome do português Martim é derivado da palavra Marte – deus da guerra na mitologia romana. O uso de grande quantidade de adjetivos descrevendo um ideal de pureza e da beleza idealizada. Assim como a beleza das protagonistas das obras e, também, assim como as características das matas descritas no enredo que, não por acaso, são muito semelhantes.
Em Inocência, é possível perceber a profunda ligação entre os personagens com a natureza, até mesmo o narrador (terceira pessoa, onisciente a respeito de tudo sobre os personagens) se coloca em tom poético descritivo passando a impressão de se emocionar com a poesia do lugar. Inocência é frágil, delicada, sonhadora, e até o próprio nome revela a fragilidade e inocência da personagem. O nome Cirino, derivado do latim que significa guerreiro, desbravador, muito cabe as características do personagem Cirino que está disposto a ajudar quem necessite de cuidados. A natureza é idealizada, aí que se encontra o jogo com a realidade: os autores criam determinada realidade baseada no real concreto de algum tempo e preenchem a descrição com grandes adjetivos e exaltação das cores.
Em Helena, vemos o florescer de uma situação hipoteticamente não aceita pelas convenções sociais; dois supostos irmãos que se apaixonam. O nome de Helena derivado do grego, significa luz. A personagem Helena entra na casa de Estácio e D. Úrsula como uma luz, repleta de intenções e sua personalidade se sobressai quando vê algum desafio.
A sexualidade não explorada nos romances de Inocência e Helena também contribuem para a dicotomia fantasia/realidade.
Os autores dos romances estudados utilizam-se do gênero romance para enfatizar a fantasia que se funde com a realidade em cada um dos seus livros, em Iracema o amor de uma índia com um português, em Inocência, a heroína não tinha liberdade para viver seu amor, pois seu pai determinou-lhe um marido e em Helena, Machado operou o jogo ficcional com uma personagem vista socialmente como filha natural. José de Alencar discute a ideia da criação do povo brasileiro uma mistura de índios com europeus.
No século XIX era comum como no romance Inocência, moças prometidas em casamento pelo pai se apaixonarem por outro homem. A ideia de a mulher ter apenas a função de dona de casa sem poder questionar suas opiniões, é explorado em Inocência. Taunay trabalha com a realidade da brutalidade masculina que considerava a honra algo de extrema importância, bem como a justiça feita com as mãos, como no caso de Cirino e o noivo prometido a Inocência. Na obra de Machado de Assis, assuntos da realidade social brasileira como o interesse por dinheiro, posição, filhos fora de uma união estável, manipulação e o amor condenável entre irmãos são focos de discussão.
Mariane Lopes, Josilaine Aparecida Martins Ribeiro, Jessica Tais Kölher, Dayane Cristine Miranda de Meireles

Anonymous said...

Os (as) leitores (as) gostam de ouvir ou ler sobre os personagens de romances. Aquele que lê tem uma necessidade de conhecer nos míninos detalhes cada passo dado por seu herói ou heroína e torce para que cada movimento deles seja bem sucedido. O ser humano, de forma geral, gosta de fantasiar, de viver mundos imaginários, de se inserir mentalmente em cenários mágicos. E o romancista que souber explorar esta dimensão da psique humana será bem sucedido. É o caso de Alencar, Taunay e Machado de Assis com suas respectivas heroínas Iracema, Inocência e Helena. Estes três romancistas exaltam a figura feminina tanto no aspecto físico, como moral e psicológico. São criaturas perfeitas em todos os sentidos. A idealização da mulher é um dos elementos da ficção romântica, o que leva o público leitor não só masculino, mas também o feminino, a criar fantasias em torno de suas heroínas e heróis. Outro elemento que mexe com a imaginação do público leitor nesses três romances é o amor dedicado pelas heroínas aos seus amados. Amores sofridos, com grande probabilidade de serem mal sucedidos. Assim, a fantasia leva os românticos a criar personagens perfeitos que nos enternecem com seu sofrimento, mundos de beleza que fascinam a nossa sensibilidade, assim como enredos de grande emoção associados ao grotesco ou terrificante.
Apesar destas três mulheres serem descritas como criaturas perfeitas, elas não estão isentas da dura realidade que soe envolver as heroínas dos romances. Estas mulheres tinham sonhos como todos nós, mas seus sonhos não puderam ser concretizados. Elas são solitárias e lutam bravamente para fugir da solidão que as envolvem, o que só conseguiriam se pudessem viver o seu amor. Todas elas amam intensamente, mas seu amor ou não é correspondido na mesma proporção (Iracema) ou não chega à sua plenitude devido à opressão imposta por pessoas (Inocência) ou por circunstâncias variadas (Helena), o que só faz aumentar a empatia dos leitores para com suas heroínas. Eram também mulheres de fé, que acreditavam poder superar os empecilhos que o destino lhes impôs. Uma vez instalada a desesperança, Iracema, Inocência e Helena sucumbem ao chamado da morte, que põe termo ao sofrimento das heroínas. Assim, o escapismo romântico faz parte desta construção do jogo entre realidade e fantasia. Os sonhos, o desejo de escapar da solidão, a ânsia de amar, a força dos seus sentimentos e emoções, a crença na superação de suas dificuldades, tudo isto foi sugado pelo ralo da realidade derradeira da condição humana que é a morte.

Aline Rezende, Camila Corrêa Neves, Cezar da Silva, Hermógenes Fernandes.

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