Friday, November 22, 2013

Olhares Leitores

Olhares leitores sobre os textos 


15 comments:

Anonymous said...

ALUNOS: Virgiliana Galli, Jênifer Secco e Bruno Pacheco.

FREITAS, Dúnia de. À Beira de Mim na Madrugada Azul. Joinville: Letradágua, 2004.

Análise do livro de Dúnia de Freitas: A beira de mim na madrugada azul.
Inicialmente as poesias são escritas em estilo de crônicas. Descrevem momentos, depois sentimentos, memórias... As sequências poéticas revelam, sobretudo, seus sentimentos de amor, de solidão, saudade, prazer...
Descreve a natureza, o mar, os seres em forma de poesia. E nela faz uma contextualização consigo mesma. Volta-se o olhar sobre si e apenas quer expressar o que sente. Para isso, utiliza-se de metáforas e alegorias para representar seus sentimentos.
O livro de Dúnia de Freitas, À Beira de Mim na Madrugada Azul, contém uma grande quantidade de poemas com metáforas que estimulam a imaginação do leitor.
A primeira parte, Olhos Envidraçados de Memórias, tem poemas concentrados no resgate de memórias de infância, com expressões como "Amasso a saudade / Com a planta dos pés". Os poemas aqui trazem ao leitor toda uma sensação de nostalgia.
A segunda parte, Inventário Marinho, a poeta volta sua atenção ao mar e suas curiosidades, com poemas especialmente dedicados às criaturas marinhas, como o "Banco de ostras" e o "Caracol". Há uma sensação de solidão envolvida nestes poemas, o que leva o leitor a refletir sobre seus sentimentos.
A última parte, Jardins das Alegorias, contém poemas mais extensos, ou "cantos", repletos de melancolia. Estes poemas propõem uma leitura mais filosófica, envolvendo memória, existência, e amores incompletos.

Anonymous said...

ALUNOS: Virgiliana Galli, Jênifer Secco e Bruno Pacheco.

FREITAS, Dúnia de. À Beira de Mim na Madrugada Azul. Joinville: Letradágua, 2004.

Análise do livro de Dúnia de Freitas: A beira de mim na madrugada azul.
Inicialmente as poesias são escritas em estilo de crônicas. Descrevem momentos, depois sentimentos, memórias... As sequências poéticas revelam, sobretudo, seus sentimentos de amor, de solidão, saudade, prazer...
Descreve a natureza, o mar, os seres em forma de poesia. E nela faz uma contextualização consigo mesma. Volta-se o olhar sobre si e apenas quer expressar o que sente. Para isso, utiliza-se de metáforas e alegorias para representar seus sentimentos.
O livro de Dúnia de Freitas, À Beira de Mim na Madrugada Azul, contém uma grande quantidade de poemas com metáforas que estimulam a imaginação do leitor.
A primeira parte, Olhos Envidraçados de Memórias, tem poemas concentrados no resgate de memórias de infância, com expressões como "Amasso a saudade / Com a planta dos pés". Os poemas aqui trazem ao leitor toda uma sensação de nostalgia.
A segunda parte, Inventário Marinho, a poeta volta sua atenção ao mar e suas curiosidades, com poemas especialmente dedicados às criaturas marinhas, como o "Banco de ostras" e o "Caracol". Há uma sensação de solidão envolvida nestes poemas, o que leva o leitor a refletir sobre seus sentimentos.
A última parte, Jardins das Alegorias, contém poemas mais extensos, ou "cantos", repletos de melancolia. Estes poemas propõem uma leitura mais filosófica, envolvendo memória, existência, e amores incompletos.

Anonymous said...

ALUNOS: Virgiliana Galli, Jênifer Secco e Bruno Pacheco.

BELL, Lindolf. As Vivências Elementares. São Paulo: Masao Ohno – Roswitha Kempf, 1980.

Análise do livro de Lindolf Bell: As vivências elementares:

Lindolf Bell, nascido em Timbó, foi um grande poeta e líder do Movimento Catequese Poética, uma iniciativa que levava a poesia às ruas por meio de recitais e de cantorias que fazia na janela das amadas, permitindo que milhares de pessoas conhecessem essa forma de arte.
No livro Vivências Elementares (1980) pode-se observar, como no próprio nome já está explícito, que seus poemas têm por temática a vivência dos elementos da vida, sendo eles concretos ou abstratos: sol, terra, mar, plantas, sonhos, destino, lembranças. Sua obra possui uma linguagem formal, porém de fácil entendimento, é cativante e envolvente o modo como fala de suas lembranças, da vida simples, sem ambições, foca na natureza - que fazia parte de seu dia-a-dia - e na essência do ser.
Há a impressão de que Bell procurava exaltar em seus poemas tudo o que ele achava ser de real importância, falando de uma vida onde se percebia os detalhes da natureza, ao redor, dos dias que se passavam, da vida de agricultor. Lindolf Bell morreu aos sessenta anos em 10 de Dezembro de 1998.
Ambos os livros têm estilo cronista, mas também com olhar introspectivo, os poetas expressam em poesias, os seus sentimentos e os movimentos que utilizam na escrita dos versos é envolvente. Os poemas são organizados em estrofes e não possuem um formato único. São aleatórios e intensificadores na mensagem.

Anonymous said...

Alunas: Julia Reinert e Natali.

GABECH, Ryana. Álbum Vermelho . Florianópolis: Ed. Do Autor, 2011.
O livro de poesia brasileira estudado possui 17 poemas que se tratam de memórias e recordações da autora. Cada imagem do álbum é apresentada de formas fortes e ao mesmo tempo delicadas e que se relacionam ao poema proposto.
É nítido notar que há um interesse em usar formas, cores e uma diagramação não convencional, o que faz com que o leitor fique preso à leitura. As cores, como citadas anteriormente, fogem da convencionalidade dando ênfase ao tom bordô, e geralmente querendo retratar sentimentos como o amor não correspondido, a perda de inocência, e a paixão. Também é utilizada a cor para retratar palavras como: fogo, correntes, ondas, véu, promessa e suspiro. (A maioria destes nomes estão em destaque por serem os próprios títulos dos poemas).
A capa possui a imagem de uma maçã do amor, mordida e jogada ao chão. Representa a perda da inocência, e o quanto o amor – principalmente o primeiro amor – pode ser doce, mas mesmo depois de muito tempo, ainda deixar marcas. A arte da capa também dá a entender de que o relacionamento ali representado acabou de forma dolorosa, e que talvez, só um dos lados quis esse fim, pois vemos uma maçã jogada no chão, o que pode representar um amor que foi “jogado fora”.
Todos os poemas são escritos de forma muito delicada e sensível, e parecem ser todos escritos para a mesma pessoa, sobre o mesmo relacionamento. Parecem também ser poemas muito pessoais, pois vemos referências que dão a entender que o poema fala de uma pessoa específica, e não do amor de forma geral.
A impressão final do livro é que a autora quis expressar seus mais profundos sentimentos sobre um amor que se acabou contra a vontade dela. São poemas sobre um coração partido.

lixomusic said...
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Anonymous said...

Acadêmico: Willian Brendon Klopass Locks de Godoi e Jaqueline Rocha de Leão.

OLIVEIRA, Caco de. Cardume de Nuvens. Joinville, Letra d’agua 2008.
Poesia “Cotidiurbana”
Poeta joinvilense, Caco de Oliveira, um personagem emblemático utiliza das palavras para fugir da normalidade, tanto em trabalhos escritos quanto na forma de divulgação. Um considerado fã de João Guimarães Rosa. precisou usar da criatividade para que o seu trabalho fosse reconhecido nessa área.
Conhecido por utilizar a técnica do haicai, Caco disse muito apesar dos pequenos versos. O haicai é um poema originário do oriente, composto por poucos versos, o qual prima pela concisão, sendo utilizado pelo poeta além da simplicidade me retratar o cotidiano.
Ao escrever o livro “Cardume de nuvens”, Caco inspirou-se na cultura japonesa, e o nome do livro foi dado devido a palavra-chave em um de seus haicais: “ No fundo da lagoa/um cardume/Nuvens e Peixes”. O livro foi publicado em 2008 pela editora letra d’água, ano em que foi comemorado o centenário da imigração japonesa no Brasil. A maioria de seus poemas possui essa temática voltada à cultura nipônica, porem outros assunto também são abordados. A obra de Caco é sensível e original e ao lermos “Cardume de nuvens” percebemos a descrição da vida cotidiana em seus minúsculos momentos, seja com a loucura das máquinas operarias da cidade até o canto do rio cachoeira. Percebemos a originalidade da qual nos identificamos nos seguintes versos:
“Ao abrir o armário
Caderno antigo,
Saudade do primário
E do primeiro amigo”. (Oliveira, 2008 p. 50).

Marcelo289 said...

Vasques, Marco. Harmonias do inferno. Joinville:
Letradágua, 2010

Harmonias do inferno é um livros de contos que poderiam muito bem ser crônicas. Entretanto, Marcos Vasque centraliza em seus contos uma série de assuntos considerados tabus por nossa sociedade. Seu objetivo não é chocar o leitor, muito menos indagar uma visão de mundo ou questioná-lo filosoficamente, mas elucidar o assunto da maneira que eles são: tabus. Portanto, a narrativa e dúbia, e completamente diferente da forma com que uma crônica abordaria qualquer tema.
Incestos, pedofilia, prostituição. Seria fácil para Vasques descrever diretamente tais acontecimentos. Entretanto, o autor prefere deixar pequenos panos por cima de sua obra, e trabalha a narrativa com subjetividade, sem abusar de metáforas.
“Odeio mudanças. Uma mulher sem rumo. Mas se tenho que ir nada posso fazer.” (P. 53)
O trecho que inicia o conto Branco sobre banco exemplifica bem isso. “mulher sem rumo” dá margem de interpretação para o leitor. Pode-se imaginar uma mulher desempregada, uma viajante, mas um pouco de reflexão nos revela o que a personagem realmente é.
Por que está mudando? Por que ela mesma não pode pará-la? Por que ela tem que ir?
“Os sonhos que tive neste quarto. Os homens que beijaram meu corpo. Tudo aqui tem parte de minha história. Sexo. Bebedeira. Descanso. Festas. Choros. Brigas. Ausência. Um pouco de felicidade. Leituras. Cozinha.”
A narradora não classifica o sexo como o pouco de felicidade de sua vida, apesar de colocar as leituras e o ato de cozinhar nesse pequeno conjunto, e isso já diz muito a respeito dela. É difícil perceber a ligação, e quando ela é notada, é igualmente difícil não ficar surpreso.
Ela, que está sufocada por uma súbita mudança, é uma prostituta, obrigada a se mudar, pois seus vizinhos descobriram a sua vida marginal.
Este é apenas um dos exemplos da forma que Vasques aborda a temática sem citá-la diretamente. Falando e não falando ao mesmo tempo.
De modo geral, a linguagem dos textos é simples, e não é um obstáculo para o leitor. Entretanto, é necessária atenção aos textos, ler os detalhes entre as linhas e não acelerar a leitura, uma vez que há pouca descrição de personagens e cenários que normalmente seriam lidos apenas uma vez pelo leitor.
A leitura é agradável, e o texto fluido. É uma literatura que dificilmente não despertará uma segunda, ou terceira, visita.

Marcelo Hagemann dos Santos

Anonymous said...

GEHLEN, Joel. Chuva sobre Sarajevo. Joinville: Letradágua,2013.

“Chuva sobre Saravejo” é um livro com 48 crônicas, escrito por Joel Gehlen, sua linguagem simples e coloquial. Na narrativa “Bom dia para começar”, o autor comenta passagens de sua vida com muitos detalhes, bem como a morte de um de seus cachorros, Anu. Na primeira narrativa do livro “Cavalo da Escrita”, Joel relata a primeira vez em que viu uma máquina de escrever, momentos que para ele foram muito marcantes. As narrativas assumem características de diário, registro de memórias, sentimentais e líricas, com personagens reais, que fazem parte de sua vida, como, seu filho Kenzo, que é citado em várias crônicas, assim como algumas experiências vividas em Joinville, ou em outras em cidades. No livro encontramos crônicas sobre a infância e também sobre acontecimentos contemporâneos . O título “Chuva sobre Sarajevo” advém de uma de suas crônicas, que fala sobre uma bailarina Russa e a luta dela consigo mesmo, comparando-a com a cidade de Saravejo, em Bósnia, que passou por duas grandes guerras as quais deixaram muitas marcas, tanto na cidade como nos sobreviventes.


Alunas: Jéssica Luiz de Carvalho e Evelin Stenghen
2ºano de Letras.

Marcelo289 said...

Vasques, Marco. Harmonias do inferno. Joinville:
Letradágua, 2010

Harmonias do inferno é um livros de contos que poderiam muito bem ser crônicas. Entretanto, Marcos Vasque centraliza em seus contos uma série de assuntos considerados tabus por nossa sociedade. Seu objetivo não é chocar o leitor, muito menos indagar uma visão de mundo ou questioná-lo filosoficamente, mas elucidar o assunto da maneira que eles são: tabus. Portanto, a narrativa e dúbia, e completamente diferente da forma com que uma crônica abordaria qualquer tema.
Incestos, pedofilia, prostituição. Seria fácil para Vasques descrever diretamente tais acontecimentos. Entretanto, o autor prefere deixar pequenos panos por cima de sua obra, e trabalha a narrativa com subjetividade, sem abusar de metáforas.
“Odeio mudanças. Uma mulher sem rumo. Mas se tenho que ir nada posso fazer.” (P. 53)
O trecho que inicia o conto Branco sobre banco exemplifica bem isso. “mulher sem rumo” dá margem de interpretação para o leitor. Pode-se imaginar uma mulher desempregada, uma viajante, mas um pouco de reflexão nos revela o que a personagem realmente é.
Por que está mudando? Por que ela mesma não pode pará-la? Por que ela tem que ir?
“Os sonhos que tive neste quarto. Os homens que beijaram meu corpo. Tudo aqui tem parte de minha história. Sexo. Bebedeira. Descanso. Festas. Choros. Brigas. Ausência. Um pouco de felicidade. Leituras. Cozinha.”
A narradora não classifica o sexo como o pouco de felicidade de sua vida, apesar de colocar as leituras e o ato de cozinhar nesse pequeno conjunto, e isso já diz muito a respeito dela. É difícil perceber a ligação, e quando ela é notada, é igualmente difícil não ficar surpreso.
Ela, que está sufocada por uma súbita mudança, é uma prostituta, obrigada a se mudar, pois seus vizinhos descobriram a sua vida marginal.
Este é apenas um dos exemplos da forma que Vasques aborda a temática sem citá-la diretamente. Falando e não falando ao mesmo tempo.
De modo geral, a linguagem dos textos é simples, e não é um obstáculo para o leitor. Entretanto, é necessária atenção aos textos, ler os detalhes entre as linhas e não acelerar a leitura, uma vez que há pouca descrição de personagens e cenários que normalmente seriam lidos apenas uma vez pelo leitor.
A leitura é agradável, e o texto fluido. É uma literatura que dificilmente não despertará uma segunda, ou terceira, visita.

Marcelo Hagemann dos Santos

Anonymous said...

Alunas:Fabiana gonzaga dos santos
Suellen Reinert

RAMOS, Mila. Em Surdina . Joinville: Ipê, 1989.

O livro “Em surdina” de Mila Ramos é composto de 29 poesias curtas que abordam sentimentos maternos, desejos de mulher, fatos cotidianos, alguns vivenciados pela autora, de forma suave e sensível, sonhos e desejos femininos guardados, trazendo em cada uma das poesias uma ilustração característica do que a autora descreve. A linguagem do livro é de fácil entendimento, tem uma leitura rápida que a torna algo prazeroso envolvendo o leitor no enredo.

Anonymous said...

CUNHA, Rubens. Aço e Nada , Joinville: Design Editora, 2007.

Acadêmicas: Aline, Flávia e Tamires

AÇO E NADA – RUBENS DA CUNHA

Rubens da Cunha é natural de Joinville, formado em Letras na Univille e assina coluna de crônicas no caderno “Anexo” do jornal “A Notícia”. O livro “Aço e Nada” é uma seleção de crônicas publicadas durante 2004 e 2007. O escritor possui quatro livro publicados, sendo o último deles “Aço e Nada”.
São 64 crônicas ao total, divididas em quatro capítulos temáticos. Primeiramente, “Os animais dentro”, contadas em terceira pessoa e que se aproximam do conto. “A entrega de Francisca” é um exemplo dessa primeira parte, que conta a história de uma mulher em busca do seu próprio eu.
“Olho vigiador”, que trazem visões a respeito dos lugares que fazem parte da cidade do autor, Joinville e suas ruas são retratadas com uma visão peculiar do autor, como por exemplo: “Famosos anônimos”, que fala dos moradores de ruas, existentes na nossa cidade . “O corpo da gratidão” traz uma linguagem aproximada da prosa poética, “Fluxo” exemplifica esse fato, que trazem sentimentos comuns a todos, como a amizade. A última parte “O morador das palavras”, na qual se fala sobre a função da escrita e sobre o ato da escrita em si.
Muitas das crônicas abordam sobre a questão da liberdade, sobre sair da rotina, refletir sobre a felicidade e o que seria a busca da paz interior. O próprio autor Rubens da Cunha, ao definir sua própria literatura, afirma que sua literatura quer expor a fraqueza do humano e a beleza trágica dessa fraqueza. Ao ler Aço e Nada, podemos refletir sobre o homem preso às convenções, preso a rotina, mas com um desejo intenso de fuga. É isso, justamente, o que a literatura propõe ao ser humano, distanciar o homem da sua realidade.

Anonymous said...

BUSS, Alcides. Janela para o mar. Joinville: Caminho de dentro, 2012.

O livro de Alcides Buss começa a instigar somente pelo nome de seu livro, que é “janela para o mar”. Pode-se interpretar o mar como o infinito, representando a alma, idas e vindas, mudanças, inquietação e calmaria, ou ainda mistérios profundos que nunca serão revelados. A leitura tem um ritmo gostoso, como se fosse o balanço do mar, pode ser ensurdecedora como as ondas do mar revoltas ou silenciosa como o mar calmo. O mesmo pode ser uma metáfora para vida, o amor, passado e futuro... E é isso mesmo que Buss trabalha em seus belos poemas: sobre infância, renascimento, dor e vida. Há 77 poemas com enfoques bem diferentes, sem fazer com que o livro fique cansativo por ser do mesmo tema, já que retrata o Mar de Dentro, que é subjetivo; o Mar de Fora, que seria a imagem da praia, o ruído; o Mar de Amar, do próprio amor. O livro ainda contém os blocos Língua do Mar, Música do Mar, Floriamar: ficções, Mar Inúmero. Tudo isso fazendo jogo de palavras (lembrando até mesmo o poeta Leminski), usando sempre da linguagem simples e acessível, mas que pede uma reflexão no fim de cada poema, exige que se leia com o coração e com a alma!
O autor levou quase 2 décadas para escrever esse livro e talvez isso tenha alguma relação com ele ter visto o mar pela primeira vez somente aos 18 anos. Esse é um dos motivos também por ele ter se dedicado tanto a essa obra, trabalhando tão bem com metalinguagens, usando e abusando da formatação do livro – bem diferente, com páginas brancas e pretas, escritas como se fosse de caneta, etc. O autor escreve poemas pouco clichês, como por exemplo “Internauta” que relata sobre o mar que é o caos da internet, se você usa corretamente, mergulha em profundos conhecimentos, se não, se afoga – como o cyberbullying, a pornografia, visão de lucro ao enganar pessoas virtualmente, etc. Além disso, esse mesmo poema também remete ao relacionamento a distância, todo aquele medo de se declarar, de se conhecer, vontade grande de falar e mostrar o que é.
Esse livro relata em geral sobre a vida, quando está tudo muito bom, calmo, sentimos medo, porque sabemos que logo vem tempestade. Mas penso que no final, a grande mensagem é: para que ter medo? Devemos enfrentar o mar e pararmos de vê-lo somente pela janela, arriscar e correr os riscos é necessário para quem quer ser feliz, que não se arrisca, não é merecedor da felicidade, seja ela qual for: um emprego, um amor, o passado, o futuro...
Obs.: Muitas das opiniões aqui escritas não são baseadas nas ideias do autor e sim de minha autoria, como eu interpretei e levei para a minha vida pessoal.
CAMILA ZOELLNER – 2º ANO DE LETRAS

Anonymous said...

Análise realizada na obra de BUSS, Alcides. Saber não Saber . Florianópolis: Caminho de Dentro Edições, 2009. O livro traz 65 poemas curtos, sensíveis, questionadores e reflexivos. Buss não subestima seus leitores nesta obra acredita que eles dão conta desta leitura.
Por serem poemas que incitam reflexão, podem não ser compreendidos no primeiro momento. O poeta utiliza uma linguagem simples e sonora, com versos curtos. Seus poemas são compostos por elementos do cotidiano. A simplicidade linguística não anula a complexidade interpretativa. Os versos são desdobráveis em vários sentidos. A dualidade poética proposta por Buss conduz o leitor a múltiplas interpretações. A edição é cuidadosa com relação ao registro dos originais, os manuscritos antecedem o texto digitalizado mostrando o processo de criação.
Como nos poemas;
I
Sabemos um pouco
de tudo. Por exemplo,
que a Terra baila
no espaço. Não sabemos,
porém da inspiração
que permeia os pássaros.

Sabemos que dois e dois
são quatro. Não sabemos,
entanto, em que lugar
do corpo se esconde
o que quase somos.
VII
Sabemos de sementes,
planetas à espera
de um sulco, de uma voz
— em órbitas de lábios
transparentes.

Não sabemos, porém,
dos labirintos do sopro
que, dentro delas,
engraVIDA
o silêncio.

Tamara Ferreira dos Santos.

Anonymous said...

LAFFIN, Marcos. Muralhas de lã. Florianópolis: Apoio Editora, 2012.

O livro “Muralhas de Lã”, de Marcos Laffin, contém dezessete contos tematizando a sexualidade masculina. O livro põe em questão a sociedade machista, na qual o sexo continua sendo tratado como tabu, especialmente para as mulheres. No entanto, apesar de esse ato ser liberado aos homens, parece ser negado a eles o direito de falar a respeito. Partindo desse ponto, é surreal ver tal tema retratado em um livro cujo autor é homem.
Cada conto tem como título o nome de um animal, ser ou elemento, explorado pela sexualidade de um homem diferente, de maneira muito sensível, ora mostrando o lado mais primitivo do sexo, ora o mais delicado. Os personagens simbolicamente representados descrevem suas relações sexuais como intensas e momentâneas.
A visão masculina e viril de mundo conduz as relações heterossexuais, desmistificando assim o conceito de virilidade aceito como padrão. O autor narra cada conto de maneira muito sinestésica, usando de elementos da natureza para descrever cada ato.
Outro aspecto observado no livro é a ocorrência de frases curtas em todos os contos, o que faz com que cada palavra ali escrita seja marcada pela essencialidade. Esse modo de escrita faz com que o leitor se concentre na leitura, nos signos e nos significados que se movem para gerar novas significações, abrindo espaços para leituras analíticas e simbólicas.

Carolina Reichert e Felipe João Dutra

Anonymous said...

CUNHA, Rubens, Campo Avesso, Joinville: Letrada’agua,2001.


“Campo Avesso” de Rubens da Cunha é formado por seis poemas que abordam a ideia de humanidade, a partir de comparações com a natureza. Os poemas misturam elementos da natureza com elementos linguísticos, exigindo uma leitura centrada na palavra. Seus poemas provocam sentimentos, sensações e inquietude no leitor. Instigando a reflexão sobre o mundo, comportamento humano e realidades vivenciadas por todos em determinados momento da vida.

Como por exemplo, no primeiro poema da obra: ‘Campo Avesso do Pensamento’, onde o autor aborda temas como escolhas, mudanças, comportamentos e experiências.


“Na travessia da fronteira entre o real e o sonho,

Nunca ir, nunca voltar pelo mesmo caminho.

É função humana inventar atalhos”.


Rubens da Cunha aproxima-se do leitor como um conselheiro que partilha de suas vivências.


Alunas: Carolina G. Zilda Cristine e Juliana Stolf