Tuesday, June 19, 2012

Análise comparativa de poemas de José de Anchieta e Gregório de Matos

Leia comparativamente os poemas "Ao Santíssimo Sacramento" de José de Anchieta e "A Jesus Cristo Nosso Senhor" (Ao mesmo assumpto e na mesma occasião in site: Literatura Brasileira - UFSC), contrapondo as visões de mundo Quinhentista e Barroca.


Para ler o poema "A Jesus Cristo Nosso Senhor" de Gregório de Matos acesse o link abaixo:

http://www.literaturabrasileira.ufsc.br/_documents/0006-00944.html#II11


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Ao Santíssimo Sacramento
José de Anchieta

Oh que pão, oh que comida,
Oh que divino manjar
Se nos dá no santo altar
Cada dia.
Filho da Virgem Maria
Que Deus Padre cá mandou
E por nós na cruz passou
Crua morte.
E para que nos conforte
Se deixou no Sacramento
Para dar-nos com aumento
Sua graça.
Esta divina fogaça
É manjar de lutadores,
Galardão de vencedores
Esforçados.
Deleite de enamorados
Que com o gosto deste pão
Deixem a deleitarão
Transitória.
Quem quiser haver vitória
Do falso contentamento,
Goste deste sacramento
Divinal.
Ele dá vida imortal,
Este mata toda fome,
Porque nele Deus é homem
Se contêm.
É fonte de todo bem
Da qual quem bem se embebeda
Não tenha medo de queda
Do pecado.
Oh! que divino bocado
Que tem todos os sabores,
Vindes, pobres pecadores,
A comer.
Não tendes de que temer
Senão de vossos pecados;
Se forem bem confessados,
Isso basta.
Que este manjar tudo gasta,
Porque é fogo gastador,
Que com seu divino ardor
Tudo abrasa.
É pão dos filhos de casa
Com que sempre se sustentam
E virtudes acrescentam
De contino.
Todo al é desatino
Se não comer tal vianda,
Com que a alma sempre anda
Satisfeita.
Este manjar aproveita
Para vícios arrancar
E virtudes arraigar
Nas entranhas.
Suas graças são tamanhas,
Que se não podem contar,
Mas bem se podem gostar
De quem ama.
Sua graça se derrama
Nos devotos corações
E os enche de benções
Copiosas.
Oh que entranhas piedosas
De vosso divino amor!
Ó meu Deus e meu Senhor
Humanado!
Quem vos fez tão namorado
De quem tanto vos ofende?!
Quem vos ata, quem vos prende
Com tais nós?!
Por caber dentro de nós
Vos fazeis tão pequenino
Sem o vosso ser divino,
Se mudar.
Para vosso amor plantar
Dentro em nosso coração
Achastes tal invenção
De manjar,
Em o qual nosso padar
Acha gostos diferentes
Debaixo dos acidentes
Escondidos.
Uns são todos incendidos
Do fogo de vosso amor,
Outros cheios de temor
Filial,
Outros com o celestial
Lume deste sacramento
Alcançam conhecimento
De quem são,
Outros sentem compaixão
De seu Deus que tantas dores
Por nos dar estes sabores
Quis sofrer.
E desejam de morrer
Por amor de seu amado,
Vivendo sem ter cuidado
Desta vida.
Quem viu nunca tal comida
Que é o sumo de todo bem,
Ai de nós que nos detém
Que buscamos!
Como não nos enfrascamos
Nos deleites deste Pão
Com que o nosso coração
Tem fartura.
Se buscarmos formosura
Nele está toda metida,
Se queremos achar vida,
Esta é.
Aqui se refina a fé,
Pois debaixo do que vemos,
Estar Deus e homem cremos
Sem mudança.
Acrescenta-se a esperança,
Pois na terra nos é dado
Quanto lá nos céus guardado
Nos está.
A caridade que lá
Há de ser aperfeiçoada,
Deste pão é confirmada
Em pureza.
Dele nasce a fortaleza,
Ele dá perseverança,
Pão da bem-aventurança,
Pão de glória.
Deixado para memória
Da morte do Redentor,
Testemunho de Seu amor
Verdadeiro.
Oh mansíssimo Cordeiro,
Oh menino de Belém,
Oh Jesus todo meu Bem,
Meu Amor.
Meu Esposo, meu Senhor,
Meu amigo, meu irmão,
Centro do meu coração,
Deus e Pai.
Pois com entranhas de Mãe
Quereis de mim ser comido,
Roubai todo meu sentido
Para vós
Prendei-me com fortes nós,
Iesu, filho de Deus vivo,
pois que sou vosso cativo,
que comprastes
Com o sangue que derramastes,
Com a vida que perdestes,
Com a morte que quisestes
Padecer.
Morra eu, por que viver
Vós possais dentro de mim;
Ganha-me, pois me perdi
Em amar-me.
Pois que para incorporar-me
E mudar-me em vós de todo,
Com um tão divino modo
Me mudais.
Quando na minha alma entrais
É dela fazeis sacrário,
De vós mesmo é relicário
Que vos guarda.
Enquanto a presença tarda
De vosso divino rosto,
O saboroso e doce gosto
Deste pão
Seja minha refeição
E todo o meu apetite,
Seja gracioso convite
De minha alma.
Ar fresco de minha calma,
Fogo de minha frieza,
Fonte viva de limpeza,
Doce beijo.
Mitigador do desejo
Com que a vós suspiro, e gemo,
Esperança do que temo
De perder.
Pois não vivo sem comer,
Como a vós, em vós vivendo,
Vivo em vós, a vós comendo,
Doce amor.
Comendo de tal penhor,
Nela tenha minha parte,
E depois de vós me farte
Com vos ver.
Amém.

22 comments:

Anonymous said...

Carolina Inês e Juliana

A visão Barroca de Gregório de Matos, se difere essencialmente da visão quinhentista do Padre José de Anchieta, por ser mais direta, clara, objetiva e limpa. Sua expressão é de fácil compreensão. Enquanto Padre Anchieta se expressa de uma forma mais emotiva, mais sentimental, é mais subjetivo. É necessário que o leitor se concentre para acompanhar sua linha de pensamento.

Anonymous said...

Apesar de ambos tratarem de temas religiosos, o primeiro trata-se muito mais de uma oração, contendo a mais completa devoção do eulírico, quanto o segundo trata-se de um pecador recusando o perdão de Deus por seus crimes contra as leis de divinas.
Enquanto o segundo recusa piedade e perdão; “da vossa piedade me despido” o primeiro agradece e pede benção por tudo o que tem; “Oh que pão, oh que comida, / oh que divino manjar.”.
São duas visões completamente diferentes de Deus. A primeira a trata como uma verdadeira divindade, o todo poderoso, que a sua vontade é lei, desta que deve ser seguida com extrema devoção, cada ação deve ser dedicada a de a Ele, e somente a Ele.
Enquanto a segunda, apesar de aceitar Deus como criador, o considera culpado da sua própria natureza, portanto, é Ele o culpado de seus pecados carnais, pois se Deus não quisesse que ele pecasse iria criá-lo com outra natureza, não tão pecaminosa segundo a primeira visão, a de Anchieta.
Tipicamente um poema quinhentista, o texto de Anchieta é mais cheio de alegorias, metáforas, como se fosse uma oração, ou uma missa e forma de poesia. Destaca o lado religioso da vida, e praticamente serve como forma de catequização.
Enquanto o segundo texto de Gregório de Matos é tipicamente barroco. Destaca os prazeres da carne na frente do dever religioso, como se fosse uma pratica tradicional a ser seguida. Levar mulheres para a cama, apenas pelo motivo de ter esse desejo, posto em seu corpo pelo próprio deus.
Dessa forma podemos observar que os textos valorizam virtudes completamente oposta. Enquanto o primeiro valoriza a castidade e a virtude, o segundo ressalta a luxúria e o desejo.


Marcelo Hagemann dos Santos

Anonymous said...

Ao santissimo sacramento

diz que quem tiver qualquer pecado ,dor.],fome espiritual irá ser saciado com o alimento do santissimo sacramento.

A cristo s.n crucificado estando o poeta na ultima hora da sua vida,ele se refere ao grande amor de cristo por nossa vida na hora da partida..


fabiana gonzaga dos santos

Anonymous said...

Alunas: Virgiliana Galli e Mariza Carolina
Comparativos dos poemas:
“Santíssimo Sacramento” de Jose de Anchieta:
É possível observar a distinção presente em ambos os textos, considerando que José de Anchieta, como escritor clássico, denota um olhar voltado a divindade, humilhando-se e descrevendo a santidade de Jesus.
Mostra sua pequenez, diante de um Deus perfeito e terno que compadece de suas criaturas, tão dependentes e necessitadas.
“A Jesus Cristo nosso Senhor” de Gregório de Mattos:
Contrapondo ao poema de Gregório de Mattos, que como Barroquino, reconhece sua vida terrena e passageira, considerando-se um pecador e reconhecendo seus erros (Pecados), pede perdão, expressando a esperança de salvação no amor de Jesus.
Virgiliana e Mariza

Anonymous said...

Jênifer Aline Secco
Letícia Danner da Costa
Stefanie Croso Turak
1° ano Letras

Contrapontos das visões Quinhentista e Barroca
No Quinhentismo, apresenta-se uma submissão à religião, durante sua obra, e todas suas outras, José de Anchieta, mostra declaradamente sua devoção à Igreja. Enfatizando que a bondade de Deus foi muito grande ao dar seu filho em prol da humanidade. E dessa forma fazendo com que os homens tenham uma dívida eterna, mas que é benigna.
No Barroco, Gregório de Matos com sua personalidade instável, traz uma constante em seus poemas, oscilando entre o sagrado e o profano, o sublime e o grotesco, o amor e o pecado, a busca de Deus e os apelos terrenos. A estética do Barroco abusa de figuras de linguagem; faz uso do estilo cultista e conceptista, através de jogos de palavras e raciocínios sutis.

Anonymous said...

SAMILI DOMINGOS
1° ANO DE LETRAS 20/06/2012
Quanto ao que se diz no soneto “ao mesmo assumpto e na mesma ocasião” o eu lírico vem para se livrar dos seus pecados usando-se da bondade de Deus, como se o tal fosse seu próprio advogado que o livraria da punição de seus erros. Ele diz que quanto mais ele tem pecado mais Deus tem a vontade de perdoá-lo como se essa fosse à função natural de Deus e a ele cabe somente pecar. Ele mostra com simples comentários que Deus não o quer perder e por essa maneira deve então perdoá-lo de suas falhas, como se tratar de uma obrigação para Deus.
A obra “ao Santíssimo Sacramento” vai tratar da ceia ritual feito na igreja. A obra, porém vem com um tom diferente do que expõe Gregório de Mattos. A obra de Anchieta vem para cobrir esse rito a Deus de respeito e devoção; cada palavra que ele usa para descrever as coisas do seu Senhor vem com total reverência que cabe somente a Ele. Já os pecados PE. José de Anchieta trata como um mal do qual se deve desviar, mas se não puder é só confessar que a culpa permeada por ele será perdoada. O ritual da ceia vem porém com intuito de arrancar “semente do mal” e plantar virtudes dentro dos corações que dela se fartar, como se através dele pudesse plantar amor em cada ser humano. É também descrito no poema de Anchieta que através desse manjar que é a ceia é pelo qual se chegará até Deus, de tanto se fartar com ele, o próprio o levaria a presença do seu Altíssimo.
Os dois vêm tratar de assuntos sacros, mas em minha opinião Anchieta trata com toda reverência e preciosidade poder participar das obras e ritos de Deus, em contrapartida Gregório de Mattos sabe que seu ser profano não o levará para o céu e por isso almeja perdão de Deus, mas de uma forma menos respeitosa; ele trata como fosse o dever de Deus perdoá-lo e o trata-se como ser pecador que age somente dessa forma. As duas tem teor religioso, mas uma mostra mais a parte sublime de um Deus que abençoa, perdoa e através de seu alimento levará seus filhos a glória e o outro vai para a glória mas porque o mesmo Deus vai perdoar por que esse é seu dever e porque ele é bom não quer perder nenhuma ovelha mesmo que seja uma ovelha “negra”.

Anonymous said...

Vanessa Symbalista

No primeiro poema Ao Santíssimo Sacramento de José de Anchieta é evidente a origem quinhentista onde ele fala bastante sobre a hóstia, que é o corpo de cristo, é um poema que tenta catequizar, uma das varias características do quinhentismo, também apresenta também a ideia da conquista espiritual por intermédio da hóstia.
No poema de Gregório de Matos "A Jesus Cristo Nosso Senhor" o estilo barroco se contrapõe ao quinhentismo, neste poema de Gregório é identificável características marcantes do etilo barroco, como a linguagem rebuscada, culta, extravagante, o poema é de certa forma mais realista pede o perdão e diz que ficaria lisonjeado ao recebe-lo, isto representa um pouco do cultismo barroco.

Anonymous said...

O Quinhentismo foi o primeiro movimento literário no Brasil. Em relação aos demais, sua importância é um tanto quanto menos expressiva na literatura, por não apresentar nenhum escritor brasileiro; Seu fim foi marcado pela publicação de Prosopopeia, de Gonçalves de Magalhães, que já tinha algumas tendências barrocas.

O Descobrimento das Américas marca, a transição entre a Idade Média e a Idade Moderna. Houve também, neste período, uma crise na Igreja: o novo grupo dos protestantes que foi o movimento da Contra Reforma. Durante a maioria deste período, o Brasil era colonizado por Portugal. Os documentos eram escritos por jesuítas e colonizadores portugueses; o primeiro autor brasileiro apareceria, mais tarde, somente no movimento barroco, Gregório de Matos.
Características literárias do Quinhentismo
Literatura de caráter documental sobre o Brasil de cronistas e viajantes estrangeiros. Literatura "pedagógica" dos jesuítas, visando à catequese dos índios.
Características literárias do barroco: Cultismo (abusa das figuras de linguagem). Conceptismo (jogo de ideias e conceitos).GREGÓRIO DE MATOS:O Boca do Inferno; foi o maior poeta do Barroco brasileiro. PADRE ANTÔNIO VIEIRA Maior orador sacro de nossa literatura.

Comparação dos Poemas
No poema de Gregório de Matos, o autor está dividido entre pecado e virtude (sente culpa por pecar e busca a salvação), porém ele vê seu pecado como um erro comum e acredita que Deus é capaz de perdoá-lo. O eu-lírico se auto-defende diante de Deus.
No poema de Anchieta, temos anáforas, hipérbato, entre outras figuras de linguagem. O poema é considerado um auto religioso que tinha como objetivo cristianizar não só os índios, mas todo povo. O poeta utiliza-se de personagens e palavras religiosas. Em seu poema, a maioria dos verbos está no presente, para mostrar o apreço pela divindade. Faz relação entre as virtudes teologais e faz alusões a textos da sagrada escritura.

Alunas: Júlia, Natali e Isabella.

Anonymous said...

Vitoria e Jéssica.

Padre José de Anchieta era Quinhentista (período literário que abrange todas as manifestações literárias produzidas no Brasil à época de seu descobrimento. Representada pela literatura jesuítica da Companhia de Jesus) , adorava à Deus, no poema “Ao Santíssimo Sacramento”, ele mostra toda essa devoção...
“Com o sangue que derramastes,
Com a vida que perdestes,
Com a morte que quisestes
Padecer.
Morra eu, por que viver
Vós possais dentro de mim;”
Enquanto o Gregório de Matos, Barroquista (Seu motivo onipresente foi o conflito entre a tradição clássica herdada do Renascimento e as novas descobertas da ciência, as mudanças na religião, novas aspirações e um desejo de experimentação. Em termos estilísticos, a literatura barroca em linhas gerais praticou um culto exagerado à forma e ao virtuosismo no intuito de maravilhar o leitor, o que implicava o uso constante de figuras de linguagem e outros artifícios retóricos, como a metáfora, a elipse, a antítese, o paradoxo e a hipérbole (figura de estilo), com grande atenção ao detalhe e à ornamentação como partes integrais do discurso.), faz uma sátira de Deus em seu poema “A jesus Cristo Nosso Senhor”...
“Pequei, Senhor, mas não porque hei pecado,
Da vossa piedade me despido,
Porque quanto mais tenho delinqüido,
Vos tenho a perdoar mais empenhado.”

Anonymous said...

José de Anchieta no seu período do Quinhentismo período de muita religiosidade escreve o poema “ ao santíssimo sacramento”. Sua mensagem é transmitida a partir de um poema que fala sobre a hóstia e o ritual de toma – lá, como sendo um modo de sentir a presença de Deus e de ter os pecados perdoados, que tem um gosto maravilhoso e que comendo aquela pequena ceia estaria satisfeito. O principal objetivo de Anchieta com esse poema era alcançar a conquista espiritual das pessoas e principalmente dos índios o principal alvo dos jesuítas nessa época do Quinhentismo.
O poema de Gregório de Matos “Ao mesmo assumpto e na mesma ocasião” também apresenta um conteúdo religioso assim como o poema de Anchieta, porém por ser escrito do período Barroco apresentava um conteúdo mais humanista, assim como na frase em que ele cita que a mesma culpa que possui por ter pecado, Deus como um personagem mais humano no poema, teria essa culpa se não o perdoar.

Evelin Thaiara Stenghen

lol lol

Anonymous said...

Aluna: Tamires da Silva
Série: 1° ano Letras

Literatura Brasileira

Quinhentismo que aconteceu no século XVI, representava a fase inicial da literatura brasileira, pois ocorreu no começo da colonização. Abrangia uma literatura informativa e uma literatura dos jesuítas, como principais manifestações literárias. Quem produzia literatura naquele período estava com os olhos voltados para as riquezas materiais. O poema que marcou esse período no Brasil foi “Ao Santíssimo Sacramento” de José de Anchieta. José de Anchieta utiliza-se de palavras e personagens religiosos, já que esta é sua intenção, através da escrita poética, cristianizar mais especificamente os índios. Porém, embora ele estivesse falando à classe de pessoas de uma visão geral, não escolarizada, faz uso de recursos não coloquiais, mas usa palavras que podem ser interpretadas com o mínimo de conhecimento a respeito do assunto abordado na poesia. Ao realizar um exaustivo trabalho de catequese, José de Anchieta deixou uma fabulosa herança literária: a primeira gramática do tupi-guarani, insuperável cartilha para o ensino da língua dos nativos e também várias poesias.
Já o Barroco corresponde à segunda etapa da Era Clássica, iniciou-se no fim do século XVI. O movimento surgiu como uma forma de reagir às tendências humanistas, tentando reencontrar a tradição cristã. Barroco procurava aproximar os opostos como carne/espírito, pecado/perdão, céu/terra como é observado no poema escrito nesse período por Gregório de Mattos, "A Jesus Cristo Nosso Senhor", como também o conflito entre o “eu” e o “mundo”. Na linguagem barroca também se encontrava o constante emprego de figuras de linguagem e o uso de uma linguagem culta, e na sua estética observa-se duas tendências o cultismo e o conceptismo. Na poesia lírica e religiosa, Gregório de Matos deixa claro certo idealismo renascentista, colocado ao lado do conflito entre o pecado e o perdão, buscando a pureza da fé, mas tendo ao mesmo tempo necessidade de viver a vida mundana. Contradição que o situava com perfeição na escola barroca do Brasil.
Sendo assim, no poema de José de Anchieta o modo em que ele escreve é mais catequizador, buscando ressaltar sempre o ideal religioso, e já nos poemas de Gregório de Matos é exposta sua própria visão destes ideais, considerado assim um crítico corajoso.

Anonymous said...

Aluna: Flávia Machado Witt
1º ano Letras - Literatura Brasileira

O Quinhentismo tem esse nome por se passar em 1500 e se resume a todos os acontecimentos históricos vividos no descobrimento do Brasil e a religião que a Igreja queria passar para os índios em forma de sermões. Já o Barroco começa a partir do ano de 1600 e todas as manifestações entre essa data e 1700 estão inseridas em um contexto assimétrico e rebuscado das obras barrocas.
José de Anchieta, representante do Quinhentismo, era um beato que demonstrou um grande amor ao Santíssimo Sacramento, característica que fica evidente no seu poema “Ao Santíssimo Sacramento”. O respectivo poema tinha como intuito promover os valores portugueses cristãos tanto nos índios quanto na sociedade miscigenada que se formava em sua época. Conseqüência da contra-reforma, a principal preocupação dos jesuítas, evidente no poema de José de Anchieta, era o trabalho de catequese, objetivo que determinou toda a sua produção literária.
Contrapondo-se ao estilo quinhentista, surge o período literário chamado Barroco, o qual Gregório de Matos fazia parte. Na sua poesia lírica e religiosa, cujo exemplo é o poema “A Jesus Cristo Nosso Senhor”, Gregório de Matos deixa claro certo idealismo renascentista, colocado ao lado do conflito entre o pecado e o perdão, buscando a pureza da fé, mas tendo ao mesmo tempo necessidade de viver a vida mundana. Contradição que o situava com perfeição na escola barroca do Brasil. O poeta apela para a infinita capacidade de Cristo em redimir os piores pecadores, alegando que a ausência de perdão representaria o fim da glória divina. Trata-se, pois, de um poema simultaneamente contrito e desafiador, humilde e presunçoso.
Portanto, de modo a estabelecer uma oposição entre esses dois poemas, podemos concluir que “Ao Santíssimo Sacramento” de José de Anchieta, tem como o propósito a catequização da sociedade, visa ressaltar o Catolicismo típico da Igreja, Sagrado. Ao contrário, o poema de Gregório de Matos “A Jesus Cristo Nosso Senhor”, se mostra de modo subjetivo, tem uma visão individualizada sobre os preceitos da Igreja.

Anonymous said...

No poema de José de Anchieta, fica clara a visão jesuíta dos anos 1500, um dos estilos presentes no Quinhentismo. Nesta fase da literatura brasileira, na verdade ela ainda não tinha sua própria identidade, ao invés disso sendo formada sob a influência da literatura portuguesa e europeia em geral. A literatura jesuíta procurava inserir a catequese no meio brasileiro. Tal interesse em catequizar os brasileiros era evidente na carta de Pero Vaz de Caminha. Este interesse norteou as produções literárias referentes à poesia de devoção e às peças teatrais baseadas nas passagens bíblicas.
No poema de Gregório de Matos, aparece o conflito humano entre o antropocentrismo e o teocentrismo, que foi marca registrada da literatura dos anos 1600, época do estilo Barroco. Nesta fase, Portugal estava entrando em decadência, com a agricultura sendo abandonada, e suas colônias (inclusive o Brasil) não gerando riquezas imediatas. Neste quadro cultural surgem obras relevantes ao conflito do homem entre o material e o celestial, o homem e Deus, pecado e perdão, assumindo um contexto assimétrico e rebuscado. O poema, “Ao mesmo assumpto e na mesma occasião”, de Gregório de Matos, retrata o desejo de obter o perdão divino através dos pecados, pois quanto mais pecados forem cometidos, mais perdão de Jesus há de ser recebido.

Nome: Bruno Pacheco Ferreira
Turma: 1º ano Letras

Anonymous said...

O poema "Ao Santíssimo Sacramento" de Jose de Anchieta são mais voltadas para os preceitos religiosos o que diferencia da obra "Ao mesmo assumpto e na mesma occasião" de Gregorio de Mattos com sua visão barroca.
Gregorio de Mattos acredita que seu erro pode ser perdoado por Deus. Jose de Anchieta utiliza de hiperboles quando cita: "Morra eu, por que viver
Vós possais dentro de mim". O autor coloca atraves de uma oração religiosa motivos que fazem do religioso percebr quao grande é o criador. Já Gregorio de Mattos trata do pecado da criatura humana e do reconhecimento do ser humano em realizar tais mal feitos volta-se ao perdão em forma, tambem de oração.

Jaqueline Rocha de Leão
Jeferson Luis da Silva
Willian Brendon Kloppass Locks de Godoi

Camila Zoellner, Walter Murilo said...

Os dois poemas são de caráter religioso. Porém, o primeiro poema comporta-se como uma prece, já o segundo, o cristão (eu lírico), exalta seus pecados como forma de rendição.
Podemos perceber no soneto de Gregório (barroco), que ele se difere por ser subjetivo e, antes disso, reconhece seus pecados esperando o perdão, já que o próprio Cristo o entenderia porque havia sido um ser humano.
Por ser quinhentista, Anchieta visava em seus poemas a exaltação da divindade por meio da castidade e privação dos desejos mundanos. Observamos que o padre, por ser muito clássico era objetivo e traçava uma tênue linha entre o homem e Deus, tornando incapaz a compreensão de tal força divina.

Anonymous said...

Tamara Ferreira dos Santos

Análise dos Poemas:
O soneto de Gregório de Matos (Barroquino) não é tão direto, ele fala do pecado (erros), reconhecendo assim a vida terrena (ovelha perdida), é como se ele estivesse conversando com o Senhor, colocando Jesus Cristo como um “igual”, como humano. Já José de Anchieta como Quinhentista, eleva o Senhor e o coloca como um ser abstrato; inalcançável, falando do Santíssimo Sacramento, a comunhão, o alimento pra alma; matando a fome espiritual, que redime dos pecados. O poema é como uma oração que demonstra que a PALAVRA pode aproximar do Senhor.

Anonymous said...

Aluna: Aline Moser Pavesi

O Quinhentismo tem esse nome pelo fato das manifestaçoes literarias terem se iniciado no ano de 1500, epoca da colonizaçao portugues no Brasil. O quinhetismo abrangia uma literatura informativa e uma literatura dos jesuítas, como principais manifestações literárias no século XVI, Quem produzia literatura naquele período estavam com os olhos voltados para as riquezas materiais (ouro, prata, ferro, madeira, etc.), enquanto a literatura dos jesuítas se preocupava com o trabalho de catequese.
Padre Jose de Anchieta é o principal autor jesuíta da época do quinhentismo. Chamado pelos índios de "Grande Peai" (supremo pajé branco), Anchieta veio para o Brasil em 1553 e, no ano seguinte, fundou um colégio no planalto paulista, a partir do qual surgiu a cidade de São Paulo. Ao realizar um exaustivo trabalho de catequese, José de Anchieta deixou uma fabulosa herança literária: a primeira gramática do tupi-guarani, insuperável cartilha para o ensino da língua dos nativos; várias poesias no estilo do verso medieval; e diversos autos, segundo o modelo deixado pelo poeta português Gil Vicente, que agrega à moral religiosa católica os costumes dos indígenas, sempre com a preocupação de caracterizar os extremos, como o bem e como mal, o anjo e o diabo.
Já o Barroco corresponde à segunda etapa da Era Clássica, iniciou-se no fim do século XVI, teve seu ápice no século XVII, e se prolongou até o início do século XVIII. O movimento surgiu como uma forma de reagir às tendências humanistas, tentando reencontrar a tradição cristã. Uma das principais referências do barroco brasileiro é Gregório de Matos Guerra, poeta baiano que cultivou com a mesma beleza tanto o estilo contesta quanto o concertista (o cultismo é marcado pela linguagem rebuscada, extravagante, enquanto o concretismo caracteriza-se pelo jogo de ideias, de conceitos. O primeiro valoriza o pormenor, enquanto o segundo segue um raciocínio lógico, racionalista)
Na poesia lírica e religiosa, Gregório de Matos deixa claro certo idealismo renascentista, colocado ao lado do conflito (como de hábito na época) entre o pecado e o perdão, buscando a pureza da fé, mas tendo ao mesmo tempo necessidade de viver a vida mundana, contradição que o situava com perfeição na escola barroca do Brasil.
Podemos analisar com essa revisão, que padre Jose de Anchieta tinha como objetivo em seus poemas catequizar o próximo, em seu poema “Ao Santíssimo Sangramento” podemos observar uma grande devoção a Deus, com isso Anchieta usava como instrumento o seu poema para a catequese . Já Gregório de Matos em seu poema é mais subjetivo e pedi a Deus para si e não para o próximo sem a intenção de catequise.

Anonymous said...

Tatiane Cristina Serpa.
1 Letras.

Do pessimismo ao pecado e busca da salvação. Define-se Gregório de Matos, no poema ‘O mesmo assumpto e na mesma occasião’. Traz a tona uma das principais características do Movimento Barroco o conflito da alma e o espírito ou o racional e o espiritual. O poema também traz a antítese como figura de linguagem.

O poema “Santíssimo Sacramento” de José de Anchieta, obra do Movimento Literário Quinhentismo traz como característica a literatura dos jesuítas com o fim de inserir a catequese. Com denotação religiosa a obra de Anchieta tinha como intuito, transplantar valores portugueses cristão para os índios e toda a sociedade que se formava.

Dois autores de movimentos diferentes, possuindo características também diferentes. O contraste entre o “Quinhentismo e o Barroco” ou entre “Gregório de Matos e Padre José de Anchieta” é de grande evidencia. O Quinhentismo por sua vez possui uma denotação religiosa, dando total ênfase ao ato de catequizar ou informar. Como o visto em Santíssimo Sacramento, a obra executa o ato de catequizar diferindo do poema “Do mesmo assumpto e na mesma occasião” de Gregório de Matos, onde o autor utiliza da antítese dando ênfase ao culto do contraste, nesse caso , do pecado a piedade.

Anonymous said...

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